A Consumers International, representada por 220 organizações de defesa dos consumidores, em 115 países, exige urgentemente que os problemas de consumo diários, referentes a serviços financeiros, façam parte da agenda no encontro do G20, dessa semana.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e organizações de 30 países, incluindo integrantes do G20, assinaram carta para os representantes do encontro para garantir que a crise financeira mundial não volte a ocorrer.
Segundo Justin Macmullen, coordenador de campanhas na Consumers International: “Como um grupo, o G20 ainda não apresentou qualquer iniciativa para resolver o problema da falta de proteção do consumidor de serviços financeiros, que – como exemplificada pelas hipotecas subprime nos EUA – foi o principal catalisador para a crise financeira”.
A natureza interligada do sistema bancário mundial mostra que as pessoas ao redor do mundo vão viver com as consequências da crise financeira por muitos anos. E, no entanto, a cada ano até 150 milhões de novos consumidores de serviços financeiros ingressam na economia mundial, muitos dos quais estão nos países em que a defesa do consumidor e da educação financeira são totalmente inadequados.
Para o Idec e demais membros da Consumers International é emergencial a criação de um Grupo de Especialistas em Proteção do Consumidor em Serviços Financeiros, o que garantiria aos consumidores de nações desenvolvidas e em desenvolvimento o acesso a serviços financeiros mais estáveis, justos e provenientes de mercados competitivos.
O Idec enviou carta ao governo brasileiro, assim como os membros da Consumers Inetrnational em todo o mundo, pressionando para que os interesses de “pessoas reais” não sejam esquecidos perante os interesses das grandes empresas.
“Além das políticas relativas ao sistema financeiro global, o G20 deve buscar a cooperação internacional com o objetivo de oferecer uma economia substancial para os governos de cada país, com o compartilhamento de boas práticas na área financeira, que resultaria na prevenção de crises, cujo maior impacto recai aos consumidores”, ressalta Lisa Gunn, coordenadora executiva do Idec.
Justin Macmullan concluiu: “Chegou a hora dos líderes mundiais do G20 assumirem um verdadeiro compromisso de proteger seus cidadãos contra as práticas abusivas do setor de serviços financeiros que não estão olhando para os interesses e direitos do consumidor”.