Fernanda Campos, sócia-diretora da Mariaca, dá dicas de como criar uma imagem que transmita credibilidade e segurança. O “dress code”, aquele código de vestimenta que diz o que você deve vestir em determinados locais, pode parecer para muitos uma censura à livre expressão, uma maneira de fazer com que todos se pareçam e não demonstrem sinais de sua identidade e personalidade.
No entanto, ele é muito útil, principalmente no ambiente corporativo. Fernanda Campos, sócia-diretora da Mariaca na área de recrutamento de executivos, afirma que não é só no momento da entrevista que as pessoas devem se preocupar com a imagem que estão passando, mas, sim, durante todo o tempo em que estiverem atuando profissionalmente, em reuniões, apresentações, eventos e mesmo no dia-a-dia.
Ela explica que a primeira impressão sempre ajuda a quebrar o gelo e reforça ou enfraquece a credibilidade e a confiança que as pessoas devem transmitir. Quando alguém escolhe uma vestimenta está construindo uma imagem que será transmitida a quem estiver ao seu redor.
É importante conhecer a maneira como as pessoas se vestem nas empresas para não gerar constrangimentos. Para aceitar a escolha é preciso, acima de tudo, autoconhecimento, bom senso e moderação. “Ao começar a trabalhar em uma empresa, é válido perguntar como as pessoas se vestem, para não errar.” Porém, não adianta forçar um estilo. As pessoas precisam conhecer seu tipo físico, o que cai bem nelas e o que gostam de vestir. Caso seja preciso adotar um estilo diferente, é importante se sentir à vontade, incorporar, para não transmitir insegurança. Não esquecendo jamais que os cuidados com a aparência pessoal contam muito.
Cada empresa tem seus códigos, seus valores, uma identidade única. Alguns setores, como instituições financeiras, adotam figurinos mais clássicos, roupas discretas e cores mais sóbrias. Outros, como o setor de agências de propaganda e marketing, aceitam um estilo mais informal, casual. Há também empresas que, devido à natureza de seu negócio, incentivam a moda fashion. Mas, como ressalta Fernanda, tudo depende do momento.
“Mesmo empresas mais informais não dispensam o uso do terno, do tailler ou terninhos nas reuniões com clientes ou solenidades.” O chamado business casual não significa também que cada um pode vestir o que quiser. No ambiente corporativo, qualquer que seja, as pessoas devem apostar num estilo discreto, que seja percebido pelas pessoas como seriedade, profissionalismo, elegância e esmero.”
Isso não quer dizer que as pessoas têm de vestir da mesma forma. Os códigos empresariais não eliminam a criatividade e a identidade de cada um. “Tudo depende do bom senso e do equilíbrio, sem desprezar que alguns acessórios são imprescindíveis, como carisma, postura, simpatia e segurança”, diz Fernanda.
Segundo a consultora, tudo tem a ver com construir uma imagem que passe credibilidade e assertividade. Mas isso não é só para mulheres; homens também devem seguir um código e usar o bom senso para que tenham sucesso. Além da imagem corporativa, Fernanda afirma que há a questão da autoestima, que sempre melhora quando a pessoa está contente com seu visual. E ela alerta que não é preciso sair desfilando as últimas tendências da moda, que se tornam ultrapassadas em pouco tempo. O segredo é investir em peças bem cortadas e de qualidade e em sapatos mais clássico, que o resultado é garantido.
Abaixo, algumas dicas do que é garantia de sucesso e do que não se pode nem pensar em fazer:
Garantia de sucesso:
– Autoconhecimento e vontade de acertar.
– Investir em peças clássicas e duradouras, em vez de seguir a moda, que sempre muda.
– Conhecer o ambiente e os códigos empresariais. Há empresas que adotam a informalidade como regra. Outras, são bastante rigorosas.
– Apostar em uma imagem que não só agrade aos outros, mas principalmente a si mesmo, usando sempre de bom senso.
– Usar roupas adequadas à idade e ao tipo físico. E respeitar o número de seu figurino – nem roupas muito largas, que aparentem desleixo, nem extremamente justas, que podem ter uma conotação de vulgaridade.
– Entender o código das cores.
– Usar a roupa certa em momentos diferentes (não ir para o trabalho com roupa de festa ou de noite ou vice-versa).
Nem Pensar (para as mulheres):
– Excessos no vestuário - calças apertadas, peças transparentes, decotes ousados, saias muito curtas, fendas insinuantes, que muitas vezes tocam a fronteira da vulgaridade.
– Excesso de acessórios – os complementos não devem aparecer mais do que a vestimenta. Portanto, nada de brincos muito grandes, profusão de pulseiras nos braços.
– Muito perfume e maquiagem excessiva.
– Roupas puídas, que passam imagem de desleixo.
– Achar que qualquer um pode usar qualquer coisa, em qualquer lugar.
Nem Pensar (para os homens)
– Barba por fazer (se usar barba, deixe-a bem aparada).
– Roupas esportivas.
– Gravatas espalhafatosas, com estampas exóticas (em alguns casos, pode-se usar gravatas com motivos ou marca da empresa, desde que discreta e de bom gosto).
– Ternos acima ou abaixo de seu número ou em cores chamativas. As cores, como preto, cinza ou azul marinho, por exemplo, devem transmitir seriedade.
Mariaca – Há quase 20 anos, a Mariaca fornece consultoria e assessoria em gestão do capital humano, envolvendo recrutamento de executivos, transição de carreira (outplacement), liderança e governança. É sócia-acionista da InterSearch Worldwide Ltd., integrando a rede de empresas de recrutamento de executivos presente em 45 países. É também parceira da americana Lee Hecht Harrison, líder global em serviços de carreira, com 240 escritórios no mundo.