A aeronave R-99, produzida pela Embraer e de propriedade do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), está realizando sobrevoos em Porto Velho (RO) para coletar imagens através do Radar SAR (Radar de Abertura Sintética), um dos três tipos de sensor instalados no avião. A capital de Rondônia inaugura os trabalhos desse ano para o monitoramento do desmatamento nos 43 municípios que mais desmatam na Amazônia, segundo relação do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Em 2008, as imagens SAR gravadas de março a dezembro pela aeronave foram utilizadas pelo Sipam para detecção de polígonos de desmatamento dos 36 municípios destacados inicialmente como principais focos de degradação ambiental. Neste segundo ano, o Sipam dá continuidade ao compromisso firmado com a Operação Arco Verde do MMA, que está levando alternativas sustentáveis a esses municípios. Com as imagens SAR, será possível avaliar a eficácia dos trabalhos em relação ao desmatamento.
Sobretudo na Amazônia, a utilização de imagens obtidas com o Radar SAR para visualização de desflorestamentos apresenta vantagens em relação às imagens de satélite. Como executa uma espécie de radiografia, o radar não sofre interferência de nuvens ou fumaça como no caso dos satélites, que muitas vezes oferecem dados imprecisos pela dificuldade de visualização da superfície terrestre. Com o R-99, é possível produzir imagens durante todo o ano, sem sofrer prejuízos das queimadas, na estação seca, ou da umidade, na estação chuvosa.
Tecnologia que protege a Amazônia
As três aeronaves R-99 e também cinco modelos E-99 ficam sob responsabilidade de um esquadrão da Aeronáutica que visa a proteção da Amazônia. Seus aplicativos são utilizados tanto para controle ambiental, dos rios e florestas, quanto para defesa do espaço aéreo e até mesmo já participaram de buscas pelos destroços do Boeing 737 da Gol no Mato Grosso e do voo Air France 447, próximo a Fernando de Noronha.
Em cada voo, são cerca de dez homens embarcados e investimentos de mais de quatro mil dólares por hora no ar.