Cirurgiões cardiovasculares do Brasil e do exterior debatem novo tratamento minimamente invasivo
O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é uma dilatação anormal e silenciosa da artéria aorta, a maior do organismo humano. Ela recebe todo o sangue ejetado do ventrículo esquerdo do coração e o distribuiu para todo o corpo, com exceção dos pulmões. A aorta ramifica-se em artérias menores, desde o coração até a parte inferior do abdômen. Seu diâmetro médio é de dois centímetros. No ponto em que passar de três centímetros é considerado aneurisma e pode ser tratado clinicamente, na maioria dos casos, quando mede até 4,0-4,5 cm. O aumento progressivo não causa dor nem sintoma algum.
Cerca de 5% da população masculina e 0,4% da feminina, acima de 55 anos, têm a doença. Na maioria das vezes, é descoberta por acaso através de um raio X ou ecografia feitos para investigar outras doenças. Se o diagnóstico não for feito a tempo, o AAA pode romper, sendo quase sempre fatal. Metade das vítimas morre de hemorragia interna sem conseguir chegar ao hospital. Cerca de 40% falecem enquanto buscam atendimento médico ou durante a cirurgia de urgência ou, ainda, no pós-operatório. Só 10% sobrevivem.
– Quando o aneurisma atinge um diâmetro igual ou maior que cinco centímetros é preciso eliminá-lo. O risco de rutura é maior do que o apresentado pela operação. A cirurgia convencional “costura” uma prótese de tecido artificial no lugar da anomalia. É invasiva e pode levar a óbito de 5% a 10% dos operados, além de trazer complicações durante o período intra e pós-operatório. Já a cirurgia endovascular é uma modalidade recente que consiste na introdução de uma prótese a partir da virilha, sem necessidade de anestesia geral. Através de pequena incisão, uma endoprótese é inserida por um catéter pela artéria femoral até o local da lesão, onde é liberada e o aneurisma excluído. A internação é mais curta, de dois a três dias, e a recuperação mais rápida. O índice de mortalidade cai para 1% a 2%. – explica o cirurgião cardiovascular Eduardo Keller Saadi, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – RS.
O Brasil é um dos poucos países que realiza esse novo método minimamente invasivo em larga escala e o Rio Grande do Sul se destaca, no cenário nacional, por desenvolver a técnica e realizá-la com excelentes resultados. O procedimento é destaque no 5º Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular e do 3º Simpósio Sul-Brasileiro de Circulação Extracorpórea, de 6 a 8 de agosto, no Serrano Resort, em Gramado. Nesta edição, foi incluído na programação científica o Curso de Intervenção Endovascular de Aorta, coordenado pelo Dr. Saadi, que também preside a Comissão Científica do encontro médico. Entre professores renomados, está uma das maiores autoridades mundiais no assunto, o cirurgião vascular Júlio Rodriguez-Lopez, do Arizona Heart Institute – USA. Outros dois conceituados especialistas estrangeiros confirmaram presença no Congresso: David Taggart, cirurgião cardiovascular e professor da Universidade de Oxford – Inglaterra e o argentino Frederido Benetti, um dos pioneiros em cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, recurso que permite desviar o sangue para uma máquina fazer o papel do pulmão e o do coração durante a intervenção. A programação completa do evento pode ser conferida no sitewww.plenariumcongressos.com.br. Informações e inscrições: (51) 3311.8969 / 3311.2578
5º Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular – 3º Simpósio Sul-Brasileiro de Circulação Extracorpórea
6 a 8 de agosto – Serrano Resort – Gramado
Curso de Intervenção Endovascular de Aorta – 7 de agosto – Serrano Resort – Gramado
www.plenariumcongressos.com.br. Informações e inscrições: (51) 3311.8969 / 3311.2578