Manifestação contou com a participação de 800 pessoas e ocorreu durante o último dia da Conferência Internacional 2009 do Instituto Ethos, no Hotel Transamérica, em São Paulo. Evento foi importante porque reuniu um amplo arco social, de empresários a sindicalistas e representantes de ONGs, para defender a agenda ambiental brasileira.
São Paulo, junho de 2009 – Na abertura da manifestação, Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos ressaltou que o ato não era contra ou favor qualquer governo, mas pelo Brasil e de seus imensos recursos naturais. “As riquezas do país não pertencem a um grupo. São um patrimônio dos brasileiros, que têm obrigação de dar o melhor uso possível para os imensos recursos que estão sob nossa custódia”, enfatizou o presidente do Ethos.
Participaram Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, Guilherme Leal, Presidente do conselho de administração da Natura, Oded Grajew, representando a Rede de Cidades Sustentáveis, Hector Nunez, presidente do Wal-Mart Brasil, Beto Ricardo, diretor do Instituto Socioambiental, Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, Dudu Polito, representante Presidente da CUT, José Luciano Penido, presidente da VCP, Marcelo Furtado, diretor do Greenpeace, Virgílio Viana, diretor da Fundação Amazonas Sustentável, representando o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, Roberto Waack, presidente da Amata e conselheiro internacional do FSC, Júlio Barbosa, secretário nacional de meio ambiente do PT, diretor do Conselho Nacional de Seringueiros e integrante da Comissão Executiva do Forum Amazonia Sustentável, Regina Calvini, superintendente de Desenvolvimento Operacional da WWF, Leonardo Sakamoto, diretor da Reporter Brasil, Rodrigo Loures, presidente da Nutrimental e da Federação das Industrias do Estado do Paraná – FIEP, Roberto Smeraldi, diretor da Amigos da Terra – Amazonia Brasileira e Ivo Bucareski, chefe de Gabinete do MMA.
Em seguida, um a um dos convidados tomou a palavra para ressaltar porque a Amazônia e a agenda ambiental são importantes para os negócios e para desenvolvimento social e econômico equilibrado do Brasil. Hector Nunez citou o recente relatório do Greenpeace, destacando as medidas que o Wal Mart adotou para evitar que os produtos comercializados por esta rede sejam “contaminados” pelo desmatamento e pelo trabalho escravo.
José Luciano Penido sugeriu a criação de um fundo direto, sem burocracias, para que o pequeno proprietário rural possa transformar responsabilidade socioambiental em ativo que gere renda para si e benefícios para toda a sociedade. Beto Ricardo, do Instituto Socioambiental, alertou que não é mais possível aos brasileiros andar na contramão da história. (citar uma frase dele). E Leonardo Sakamoto lembrou que as maiores ocorrências de trabalho escravo estão, justamente numa região que vai do Maranhão a Rondônia, chamada, sintomaticamente, de “arco do desmatamento”. “Quem desmata, usa trabalho escravo para derrubar árvores”, diz ele, que ainda destacou Vitalmiro Bastos de Moura, um dos acusados pela morte da irmã Dorothy Stang, será um dos beneficiados pela MP 458, se o presidente da República não vetar os três artigos.
Sérgio Mindlin, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, leu uma carta aberta à sociedade , pedindo à Presidência da República para que vete os três artigos da MP 458, conforme a Carta Aberta da senadora Marina Silva encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assuma a liderança da agenda ambiental como central na estratégia do desenvolvimento social e econômico do Brasil; que o Congresso Nacional assuma sua responsabilidade frente à agenda ambiental brasileira e as empresas incorporem a agenda ambiental como estratégia de seus negócios.
A senadora Marina Silva e o ministro Carlos Minc, que não puderam estar presentes, enviaram mensagens em vídeo que foram apresentadas aos manifestantes.
“A terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra.” Esta frase, que faz parte de uma carta de lideranças indígenas lida por Oded Grajew no início da manifestação, retrata um pensamento que nos convida à reflexão de nossos valores e, portanto, de nossas atitudes com relação ao meio ambiente.
Veja a carta do Instituto Ethos em www.ethos.org.br/ci2009