Não há uma fórmula fechada para acertar no tamanho da prótese. As escolhas englobam o desejo pessoal de cada mulher somado ao diâmetro do tórax, altura, peso e relação colo-abdômen
Até os anos 80, a cirurgia plástica para a área das mamas se restringia aos casos de redução do volume. Na década de 90, com a aparição de atrizes norte-americanas ostentando próteses de aumento dos seios, o silicone para valorizar a região do colo popularizou-se bastante. No início deste processo, as dúvidas sobre a qualidade das próteses inibiam o aumento das mamas. Com o passar do tempo, assistimos a substituição de próteses de 150, 200 e 250 mililitros pelas de 350, 400 e 500. “Não podemos precisar se por modismo ou por tendência mundial, mas os implantes estão bem maiores do que os utilizados no passado, mesmo em mulheres de baixa estatura”, diz o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Nem muito, nem pouco
As mamas são um dos símbolos da feminilidade e da auto-estima da mulher. Quando elas estão em desarmonia com o corpo, a silhueta fica prejudicada, ocasionando transtornos psicológicos e sociais. “Mas tão importante quanto resolver essa desarmonia estética é adequar o tamanho do implante ao tipo corporal de cada mulher. Por exemplo, uma prótese grande fica bem para uma mulher alta ou que tenha quadris largos. Se mal indicada, uma prótese muito grande pode causar a impressão de que a paciente está gorda, o que provocaria outro problema estético. Por outro lado, um implante pequeno demais também pode não causar efeito em alguém que precise de um tamanho maior”, argumenta o médico, que é membro titular da Sociedade Brasileira da Cirurgia Plástica.
O principal na hora da escolha do tamanho das próteses, aconselha Penteado, é a mulher ter em mente que a prótese “é para a vida toda” e deve ficar bem em qualquer situação, não apenas em uma festa ou um período da vida. “As pacientes mais novas, geralmente, são as que optam por implantes maiores para conquistarem um decote mais generoso. O que muitas esquecem é que a moda é passageira e o envelhecimento, não. Será que com 50 anos, elas ainda vão gostar desse visual? O visual almejado é compatível com as atividades profissionais que estas mulheres exercem? Estas são perguntas que precisam ser feitas”, diz.
“É preciso também alertar às pacientes que hoje colocam próteses grandes, que, se no futuro, elas desejarem diminuir o volume mamário, precisarão conviver com cicatrizes maiores para corrigir a pele que ficará excedente”, destaca Ruben Penteado.
Outra dica para as pacientes que ainda não tiveram filhos é preferirem as próteses menores, porque após a amamentação, a pele poderá estender. “Se ela tiver uma prótese grande, dificilmente poderá colocar uma maior ainda para preencher a flacidez. Então, o ideal é colocar uma menor e depois trocar por uma mais volumosa, se for necessário”, recomenda o cirurgião plástico.
“Além da passagem natural do tempo, a mulher que faz a opção por implantes maiores está sujeita a possíveis danos estéticos e físicos. O primeiro deles é que quanto maior o volume da prótese, maior a probabilidade de surgirem estrias. O segundo é que o excesso de peso pode ocasionar uma projeção do tronco para frente e dores nas costas”, explica o diretor do Centro de Medicina Integrada.
Para acertar na escolha
Para arbitrar esta disputa entre o desejado e o possível entra em campo o cirurgião plástico, que tem o papel de auxiliar a paciente a escolher o tamanho ideal. Normalmente, o médico utiliza-se de argumentos estéticos para dissuadir as candidatas a “seios enormes”. “Mostramos fotos de cirurgias de aumento de mama com o volume que consideramos ideal. Explicamos que existem outras variáveis importantes para a harmonia corporal, como a dimensão e o modo de distribuir o implante no tórax”, explica Ruben Penteado.