De 1 a 5 de julho Paraty se transforma num animado e efervescente centro de cultura, onde escritores se encontram com seus leitores, numa experiência enriquecedora para todos
A FLIP 2009 teve 34 autores convidados – 15 estrangeiros, de sete países. Foram 13 mediadores, dois deles estrangeiros, e oito editoras representadas no evento que transformou de 1º a 5 julho o centro histórico de Paraty num efervescente ponto de encontro de escritores com seu público. “Acreditamos que a FLIP injetou pelo menos R$ 5 milhões na economia de Paraty”, disse Mauro Munhoz, diretor geral da FLIP, neste domingo, durante conferência de imprensa para fazer o balanço do evento. O público que assistiu as mesas nas tendas dos autores e do telão e participou dos eventos organizados na Casa da Cultura foi de aproximadamente 35.200 pessoas.
Ainda de acordo com o balanço de encerramento, a FLIP 2009 custou cerca de $ 3,7 milhões só para a festa literária, mais R$ 1,3 milhão para os programas sociais, urbanísticos e educacionais, como a Flipinha, atividade educativa que se desenvolve ao longo do ano. Do total, explicou Munhoz, R$ 920 mil resultaram de parcerias, ou seja, não envolveram recursos financeiros.
A grande novidade deste ano foi a criação da FLIPZona, programação voltada para jovens paratienses. Entre Flipinha e FLIPzona, houve um aumento de 30% no público do evento. “O site da FLIPZona até teve mais acessos do que o site da FLIP”, explicou Munhoz, lembrando que os cerca de 200 jovens participantes blogaram o evento todos os dias e chamam-se a si mesmos de “flipzoneiros”.
Outra grande inovação foi a formação de filas para autógrafos na Flipinha. “Pela primeira vez vimos o público sair correndo para comprar os livros, logo depois das Cirandas dos Autores, e voltar correndo para obter um autógrafo”, explicou Gabriela Gibrail, que é professora de um colégio estadual de Paraty e coordenadora de Conteúdo do Núcleo de Educação e Cultura da Associação Casa Azul. “Nunca antes tivéramos filas de gente em busca de autógrafos; tivemos de improvisar e criar uma estrutura mínima nos camarins para atender a essa demanda nova.”
Cristina Maseda, coordenadora da Flipinha, confirma e explica o sucesso: “Neste ano fizemos um manual da Flipinha – quase um livro, com fotos e biografias dos autores convidados, escritas por eles mesmos, e com indicações, pelos autores, dos seus livros preferidos”, explicou. “Em meados de abril, reunimos 600 professores da região de Paraty para distribuir o manual e realizar várias oficinas temáticas com eles. O resultado foi imediato. Desta vez, os professores conheciam os autores e, por isso, os próprios alunos desfrutaram muito mais das Cirandas.” A integração da população local foi tão grande que até os cenários da Flipinha foram todos feitos por gente de Paraty, especialmente de Taquari e da Ilha do Araújo, dois bairros particularmente pobres. Na coletiva de imprensa, Maseda lembrou que o FLIPzona também será um evento permanente, durante todo o ano, como a Flipinha.