
No dia 12 de novembro, o Vale do Anhangabaú recebeu visitantes inusitados. Em comemoração ao Ano da França no Brasil, os gigantes infláveis do grupo francês Plasticiens Volants fizeram uma apresentação especial. Em parceria com os artistas de rua brasileiros, conhecidos como os gêmeos, o grupo deu vida a um dos desenhos dos artistas que fica estampado na parede de um prédio do vale. Chamado carinhosamente de “O estrangeiro”, o boneco ganhou vida e contou com a ajuda de amigos que o ensinaram a andar e até mesmo a voar. E fará o mesmo no dia 13 de novembro às 19h30.
Marc Bureau, diretor do grupo Plasticiens Volants, ficou emocionado durante o espetáculo. Segundo ele, o público brasileiro é sempre muito animado e cuidadoso com os bonecos. “Eles se envolvem mais com o espetáculo do que os europeus. Fiquei realmente feliz e emocionado. Além disso, o público ainda foi super cuidadoso com nossos bonecos”, garante Marc. “Para nós, essa troca de cultura é muito rica. Trabalhar com osgemeos foi muito interessante. Já gostávamos do trabalho deles e depois que tivemos a oportunidade de ver mais coisas, viramos fãs”.
Otávio Pandolfo, um dos gêmeos, conta que a conversa com o grupo francês começou há 2 anos quando foram apresentados por um produtor na Holanda. “Já tínhamos visto o trabalho deles no Brasil em 1995 quando nos conhecemos oficialmente. Foi muito emocionante ver nossa obra virar um boneco tridimensional de 20 metros de altura.” Para ele, iniciativas como essas são muito ricas para os brasileiros. “O Plasticiens Volants é um grupo de teatro de rua, arte que é bem tradicional na França. O Brasil ainda é tímido em apresentações desse tipo. Acho importante trazer trabalhos nesse formato e incentivar nossos artistas.”
Para o presidente do Comissariado Brasileiro do Ano da França no Brasil, Danilo dos Santos de Miranda, não havia melhor maneira de festejar a união entre os dois países. “Juntamos aqui artistas brasileiros e franceses que trabalharam para realizar um mesmo espetáculo, que foi apresentado na rua, num lugar simbólico de São Paulo. Um resumo dos ideais do Ano da França no Brasil.” E quem concorda é a administradora do Ano da França no Brasil, Moema Salgado. “Nos preocupamos em marcar três datas principais do ano – abertura, 7 de setembro e encerramento – com trabalhos populares e abertos ao público. É o que vem acontecendo nessa semana em todo país e não poderia ser diferente em São Paulo.”
A festa no Vale do Anhangabaú ainda contou com um show de abertura do grupo Siba e a Fuloresta, com participação especial da Nação Zumbi. No dia 13, o grupo repete a dose às 18h30 com participação especial de Zeca Baleiro. Siba conta que para os artistas é sempre um prazer participar de encontros culturais. “Fizemos um evento do Ano da França no Brasil em Belém e agora estamos aqui em São Paulo para um segundo. Acho muito bacana essa troca, assim como foi ótimo termos tido o Ano do Brasil na França”, garante o compositor.
Renata de Almeida, produtora, levou os filhos Jonas, de 11 anos, e Tiago, de 7, para acompanhar o evento. “Temos acompanhado alguns eventos do Ano. Para mim, que estive envolvida na Mostra de Cinema, foi bastante interessante. Tivemos vários filmes franceses e um deles, inclusive, foi premiado”, lembra Renata. Os meninos estavam animados com o espetáculo e dentre os eventos do Ano da França no Brasil, lembraram do Pequeno Príncipe. “Ainda queremos ir lá ver”, garante Jonas.