O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito registrou crescimento de 4,0% em junho de 2009 na comparação com o mês anterior (maio/09). Com este crescimento, a demanda do consumidor por crédito encerrou o primeiro semestre de 2009 acima do patamar registrado em outubro de 2008, mês em que a crise financeira internacional desembarcou, de fato, sobre a economia brasileira.
Junho representou o quarto mês consecutivo no crescimento da demanda do consumidor por crédito, refletindo, não apenas o fato de que o grau de confiança dos consumidores sobre os rumos da economia tem crescido mês após mês, mas, também a constatação de que as condições de crédito para as pessoas físicas, sobretudo no que dizem respeito a prazos e custos, já se encontram mais favoráveis do que estavam ao início do 4º trimestre de 2008.
Apesar desta recuperação dos últimos meses, no acumulado do primeiro semestre de 2009, a demanda do consumidor por crédito registrou recuo de 6,8% ante o mesmo período do ano passado. Quando observamos as variações anuais, isto é, sobre os mesmos meses do ano anterior, notamos que junho de 2009 registrou a menor queda de todo o 1º semestre (-1,2% sobre junho de 2008), sinalizando que ao longo do segundo semestre, muito provavelmente, começaremos a presenciar taxas anuais positivas de expansão da demanda do consumidor por crédito.
Análise por região
Na abertura regional, em junho houve crescimento da demanda do consumidor por crédito em todas as regiões. A maior expansão foi observada na região Norte (alta de 8,1%), seguida pelas regiões Sul (+6,9%), Centro-Oeste (+4,5%), Nordeste (+4,2%) e Sudeste (2,4%).
No acumulado do primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado, todas as regiões apresentaram queda na procura dos consumidores por crédito. A maior delas foi verificada na região Nordeste (-9,5%), seguida pelo Norte (-6,9%), Sudeste (-6,7%), Sul (-5,5%) e Centro-Oeste (-5,1%). Como as maiores concentrações de consumidores de baixa renda se encontram nas regiões Norte e Nordeste é natural que estas regiões tenham apresentado as maiores quedas na procura dos consumidores, dado que a baixa renda foi a mais atingida pela crise financeira internacional, no que diz respeito à procura por crédito (ver abertura por rendimento pessoal mensal).
Análise por classe de renda pessoal mensal
Se em maio, o destaque no crescimento da demanda do consumidor por crédito foi a alta renda, em junho esta situação se inverteu: o maior crescimento foi verificado justamente nos consumidores com rendimento mensal de até R$ 500 (alta de 5,2% sobre maio/09), seguido de perto pela classe de rendimento mensal entre R$ 500 e R$ 1.000 (alta de 4,9%). As classes intermediárias de renda (rendimento de R$ 1.000 até R$ 10.000) também apresentaram variações positivas entre 3,4% e 3,7%. Somente a classe de rendimento superior a R$ 10.000 registrou queda em junho (-3.8%) corrigindo a forte alta verificada no mês anterior (+11,3%).
Em comparação com os patamares que vigoravam antes do agravamento da crise financeira internacional, somente a classe de rendimento pessoal mensal de até R$ 500 encerrou o primeiro semestre em nível inferior ao verificado em outubro de 2008. Para todas as demais classes, a demanda por crédito já se encontra em nível superior àquele mês.
É importante lembrar que neste movimento de recuperação da demanda do consumidor por crédito, caracterizado ao longo do 2º trimestre de 2009, a classe de rendimento mais elevada foi a que registrou a maior variação acumulada no período de abril a junho (+20,1%). Mas, o fato das demais classes terem reagido de forma mais intensa em junho revela que o processo de reativação da demanda do consumidor por crédito não é um movimento restrito apenas às camadas mais favorecidas da sociedade.
Por fim, na variação acumulada do primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2008, a baixa renda (pessoas com ganhos mensais de até R$ 500,00) continua como destaque de queda na procura dos consumidores por crédito (recuo de 11,3%). As camadas intermediárias de renda oscilam entre quedas de 5,7% a 6,9% e as duas camadas mais altas registraram as menores quedas na procura por crédito (recuo de 4,6% para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 10.000 e queda de 5,2% para quem recebe mais de R$ 10.000 por mês).
Metodologia do indicador
Consumidor
Construído a partir de uma amostra significativa de CPFs, cerca de 11,5 milhões, consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian. A quantidade de CPFs consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre os consumidores e instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2008 = 100). O início é 2008. O novo indicador é segmentado por região geográfica e por classe de rendimento mensal.
Serasa Experian
O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, lançado em 17 de março de 2009, nasce sob a marca Serasa Experian, que conjuga a força do nome Serasa no mercado brasileiro com a liderança mundial da Experian.