Caciques de várias regiões do Paraná estão reunidos em Curitiba para discutir a gestão escolar indígena. O encontro, que segue até quinta-feira (23), é promovido pelo Departamento da Diversidade da Secretária de Estado da Educação. “Gerir de maneira adequada os recursos das 35 escolas de educação escolar indígena vai beneficiar aproximadamente 3 mil estudantes indígenas em todo o Estado”, afirmou Cristina Cremoneze, coordenadora da Educação Escolar Indígena.
No encontro, as lideranças indígenas estão recebendo toda a orientação para montar o Conselho Escolar e a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) nas escolas que ainda não possuem estes órgãos. “Os caciques participam ativamente das reuniões nas escolas e estão na expectativa de que as escolas passem a ter diretores indígenas”, diz a coordenadora. Segundo ela, em breve haverá concurso específico para professores indígenas. Com isso, nas próximas eleições para diretores haverá professores indígenas como candidatos.
DIFERENÇA – A coordenadora explicou que educação indígena é realizada pelos próprios indígenas e de responsabilidade da própria comunidade, uma socialização da criança desde o momento que nasce. “Já educação escolar indígena é o atendimento através da escola na terra indígena com os conhecimentos universais e tradicionais de cada povo indígena”, disse.
Depois da estadualização das escolas indígenas, o vínculo com as lideranças das aldeias se fortaleceu. “O atual governo proporcionou uma melhoria significativa das condições de trabalho e atendimento nas escolas indígenas que antes não tínhamos”, disse o cacique Kaingang, Valdir José Kokoj, da comunidade de Mangueirinha, localizada a 60 quilômetros de Pato Branco.
Para o cacique guarani Cristino da Silva, da Ilha de Cotinga, em Paranaguá, aprender como usar de maneira correta o que é destinado aos alunos é importante para toda a comunidade. “Estes encontros ajudam nosso povo a enfrentar os desafios. Quando estamos discutindo problemas de outras comunidades, acabamos nos reconhecendo nos assuntos”, ressaltou.
RESPEITO À DIVERSIDADE – As políticas públicas de inclusão permitem não só a preservação da cultura do povo indígena, mas também o respeito à diversidade. Com preparação adequada, o Governo possibilita a formação de professores indígenas que, após concluírem o curso do magistério, exercem a profissão nas próprias aldeias.
As crianças têm aula em português e também na língua nativa (Guarani ou Kaingang). A estrutura física das escolas também recebeu atenção especial, através da viabilização de reformas, ampliações e construção de unidades novas nas aldeias indígenas de todo o Estado.
Agência do Paraná