Na primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que ocorre hoje (20) em todo o país, o Ministério da Saúde está disponibilizando 24 milhões de doses para as secretarias estaduais e municipais de Saúde. A expectativa é imunizar 14,7 milhões de crianças menores de 5 anos – o que corresponde a 95% da população nessa faixa etária.
Cada secretaria irá definir sua própria estratégia de vacinação de modo a incluir também as crianças da zona rural. De acordo com a coordenadora nacional da campanha, Laura Arruda, é comum, inclusive, que os estados antecipem um pouco o início da imunização para atender às populações mais distantes.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Laura também explicou que, apesar de o Brasil ter sido certificado como área livre da circulação do vírus da poliomielite em 1994, a vacinação serve para evitar que a doença seja reintroduzida no país. “Existem outros países que têm circulação do vírus ou são até endêmicos. E o Brasil tem comércio com esses países. Então, do mesmo jeito que nós vamos até lá, muitas pessoas desses locais vêm para cá”, explicou.
Ao longo de todo o ano os postos de saúde têm as três doses básicas da vacina contra a pólio disponíveis, mas é necessário que as crianças tomem as outras duas doses anuais até completarem os 5 anos. Desse modo, elas tomarão pelo menos 12 doses e serão consideradas imunizadas após essa idade. Este ano a segunda etapa da campanha começará no dia 22 de agosto. Ao todo, o ministério irá investir R$ 46 milhões na campanha para que as crianças tomem as gotinhas.
A poliomielite é uma infecção grave que pode causar sérias lesões no sistema nervoso ou levar à morte em casos menos frequentes. Os efeitos da doença são mais comuns nos membros inferiores, mas também podem acontecer em outras partes do corpo, causando a paralisia infantil – como a doença também é conhecida. O vírus pode ser transmitido pelo ar e pelas fezes e água contaminada, em locais em que não há saneamento básico adequado.
A poliomielite é endêmica na Índia, no Paquistão, na Nigéria e no Afeganistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil