Rondônia registrou queda de 11,5% no registro de casos de dengue nas primeiras 23 semanas deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, revela balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) nesta quinta-feira, dia 9. Segundo informações enviadas pela Secretaria de Estado da Saúde de RO, 6.701 pessoas contraíram a doença entre 1ª de janeiro e 13 de junho deste ano. No mesmo período de 2008, o número de infectados foi de 7.573.
Em todo o país, o número de notificações foi de 361.552 nas primeiras 23 semanas deste ano. Isso significa uma queda de 49,8% em relação ao mesmo período de 2008, em que foram registradas 719.593 infecções pelo Aedes aegypti. As reduções foram de 65,5% no Sudeste, 49,9% no Sul, 47,3% no Nordeste e 29,9% no Norte. O Centro-Oeste, porém, registrou aumento de 13,8% nas notificações da doença. O índice nesta região foi puxado, principalmente, pelo número de infecções em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de 29.825 e 11.740, respectivamente (veja quadro).
DESTAQUES – A redução foi verificada em 19 estados e no Distrito Federal. Entre os destaques, estão os estados de Goiás e Minas Gerais, que apesar de estarem entre as unidades com maior número de casos, apresentam redução de 43,0 % e 10,4%, respectivamente.
Além disso, mesmo com registro de casos graves de dengue, os estados do Amapá, Tocantins, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, São Paulo e Paraná, não notificaram óbitos. Na Paraíba, por sua vez, não houve registro de casos graves nem de mortes. Outra boa notícia é o fato de os estados do Amazonas, Roraima e Goiás terem apresentado taxa de letalidade por dengue de aproximadamente 1%, o que se mantém dentro dos padrões aceitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por outro lado, sete estados registraram aumento no número de infecções pelo Aedes aegypti – Acre, Roraima, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Juntos, eles representam 56% do total de casos de dengue no país (Veja as ações do Ministério da Saúde nesses estados até o momento no Portal Saúde – www.saude.gov.br).
CONTROLE – Embora o dado nacional seja positivo, o Ministério da Saúde alerta para o fato de que as ações de controle e prevenção são permanentes e devem envolver governo federal, estados e municípios, além da população, entidades de classe, organizações não governamentais e iniciativa privada.
Para o diretor de Vigilância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage, a dengue deve ser combatida todos os dias, mesmo nos períodos em que as chuvas diminuem. Isso porque, explica ele, o ovo do mosquito pode se manter em condições para eclodir e virar larva por um período de até 400 dias. ”Alem disso, a sociedade deve participar com ações simples como trocar a água do vaso de planta e lavar as laterais e bordas do recipiente com bucha, pois nesses locais os ovos também podem eclodir”, afirma Hage.
CASOS GRAVES – O balanço também mostra queda de 85,2% no número de casos de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD) notificados pelos estados ao Ministério da Saúde. Nas primeiras 23 semanas deste ano, 1.021 pessoas tiveram FHD. No mesmo período de 2008, foram 3.487 notificações. Ao todo, 79 pessoas morreram por conta da FHD neste ano, dado 60,6% menor que os 201 óbitos registrados no mesmo período de 2008.
O Ministério registrou queda em relação aos casos com complicações. No período avaliado pelo relatório, 1.931 pessoas tiveram dengue com complicações, contra 16.413 no mesmo espaço de tempo em 2008, o que representa uma redução de 88,23%. Quanto aos óbitos causados por dengue com complicações, houve redução de 77,87%, passando de 235, em 2008, para 52, neste ano. Em comparação com o presente ano, houve uma redução no número de óbito para o total de casos graves em 69,9.%.
MOBILIZAÇÃO – Desde outubro do ano passado, o Ministério da Saúde intensificou a mobilização para evitar um agravamento do quadro de dengue em 2009. A ideia foi começar as ações antes do início do período de maior transmissão da doença, que vai de janeiro a maio e concentra 70% das notificações.
Na ocasião, o governo federal anunciou o aumento de recursos para estados e municípios, que elevou para R$ 1,08 bilhão a verba para o combate à doença, e a compra e distribuição aos estados de 270 nebulizadores costais motorizados, 200 veículos Kombi, 100 motocicletas, 40 veículos pick-up e 30 pulverizadores costais motorizados.
Além disso, para oferecer melhores condições aos estados e municípios na intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti, o Ministério da Saúde promoveu um aumento de R$ 128 milhões nos recursos do Teto Financeiro de Vigilância em Saúde (TFVS) para os municípios de maior risco para a transmissão de dengue no país.
Em parceria com o Ministério da Defesa, o MS colocou à disposição 2,3 mil militares para o combate à dengue e o atendimento a pacientes. Já uma parceria com o Ministério da Educação possibilitou que professores e estudantes do ensino básico tivessem acesso a informações sobre a dengue por meio do filme “Vila Saúde”.
O ministro José Gomes Temporão também manteve intensa agenda com os gestores nos estados e municípios — especialmente para alertar contra uma eventual desmobilização e interrupção das ações de controle no período de transição de prefeitos e equipes após as eleições municipais. O Ministério da Saúde lançou, ainda, uma nova campanha de mídia sobre a prevenção da doença e anunciou os resultados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), cuja proposta foi anunciar o alerta nacional de reforço de ações em áreas críticas, entre outras medidas.