Médicos alertam para sintomas que mascaram o câncer
De acordo com estatísticas do Instituto Nacional de Câncer dos EUA, o linfoma está aumentando em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais jovens. O mais preocupante é que o próprio estilo de vida dos jovens adultos acaba dificultando o diagnóstico precoce.
Foi o que aconteceu com Larissa Meira, de 21 anos. A estudante de design começou a sentir algumas dores nas costas em 2006. No início, atribuía ao peso da mochila, ao sedentarismo e às tensões, as dores que sentia. Quando elas pioraram, procurou um médico. “Ao todo, fui a oito ortopedistas, todos diziam que era erro de postura e receitavam analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia. O alívio era apenas temporário”, afirma Larissa.
Ela ignorava outros sintomas, como perda de peso e coceira nas pernas. “Achava que era tudo por causa da rotina agitada”, conta. Em 2007, um ortopedista solicitou uma ressonância magnética e o resultado foi surpreendente: Larissa tinha dois tumores na coluna.
Segundo Celso Massumoto, hematologista do Hospital Sírio Libanês, casos como o da Larissa acontecem porque os sintomas do linfoma podem ser mascarados por uma série de fatores. “O uso de anti-inflamatórios, por exemplo, pode diminuir momentaneamente o tamanho dos gânglios, adiando o diagnóstico”, explica o médico.
Além disso, no caso específico de Larissa, o fato de os médicos não terem pedido um exame mais completo adiou o diagnóstico correto. Larissa iniciou o tratamento com quimioterapia no fim de 2007. Ela precisou de autotransplante da medula óssea, com células tronco, e de radioterapia. Em 2009, ela retomou os estudos e os últimos exames indicaram que ela não tem mais o linfoma.
O que é?
Linfoma é um câncer sanguíneo.
Quem pode desenvolver?
A causa elementar do linfoma é desconhecida. Esta doença pode ocorrer em qualquer faixa etária; no entanto, é mais comum na idade adulta jovem, dos 15 aos 40 anos, atingindo maior freqüência entre 25 a 30 anos. Na maioria dos pacientes, não se consegue encontrar uma causa para a doença.
Quais tratamentos?
O tratamento envolve uma procura da doença em vários órgãos, chamado de estadiamento e pode ser radioterápico, quimioterápico ou em alguns casos o transplante de medula óssea está indicado.
Chances de cura?
A remissão é atingida na grande maioria dos pacientes, por essa razão é uma doença com altas chances de cura. A eficácia da terapia depende da idade do paciente e da extensão (estádio) da doença. Uma grande proporção dos pacientes se cura após o tratamento inicial. Para aquela pequena porcentagem que apresenta recaída da doença, um segundo tratamento com radioterapia ou quimioterapia geralmente é bem-sucedido. Esses pacientes podem se curar ou apresentar longos períodos sem a doença após o segundo tratamento. Em pacientes com evidência de doença progressiva, o uso de infusões de células-tronco da medula óssea autóloga permite a aplicação de quimioterapia mais intensiva com re-infusão da medula óssea, podendo curar a doença.