Climatempo – Em Mostardas, na parte central do litoral gaúcho, a quinta-feira foi marcada por fortes rajadas de vento, sempre superiores a 60 km/h. Até as 19 horas, a rajada mais intensa tinha alcançado 87 km/k, às 8 horas da manhã. Em Tramandaí, no litoral norte gaúcho, as rajadas chegaram aos 50 km/h na madrugada desta quinta-feira. O aumento da velocidade dos ventos no litoral do Rio Grande do Sul está associado a formação de um novo ciclone extratropical entre o litoral gaúcho e o Uruguai.
Este ciclone não é forte e se organiza completamente nesta sexta-feira. As estimativas feitas por computadores apontam que, até o sábado, o centro de pressão mínimo chega a 1016 hPa. Mesmo assim, o sistema ainda vai provocar ventos moderados a fortes na costa sul do Brasil e no Uruguai até o sábado.
No domingo, o centro de baixa pressão atmosférica se afasta em alto-mar, mas os ventos na costa sul e sudeste do Brasil, e do Uruguai e da Argentina vão continuar fortes, não tanto por conta do ciclone extratropical, e sim provocados por um forte e grande sistema de alta pressão polar (vulgo massa de ar frio polar) que deve passar pela costa sul da Argentina. O valor de pressão estimado nesta quinta-feira para a noite do próximo sábado é de 1038 hPa. Por ser intensa e ampla, esta massa polar deve manter os ventos de sudeste fortes na próxima segunda-feira. Na terça-feira que vem ainda teríamos ventos de sudeste-leste moderados a fortes em toda a costa sul e sudeste do Brasil.
Mas se depender das previsões dos computadores, a próxima semana será a “semana do vento”. Além de uma grande massa polar, um novo ciclone extratropical desta vez com centro mínimo de pressão abaixo de 1000 hPa, o que é um valor baixo e preocupante. Todos os furacões, tufões e ciclones australianos têm pressão abaixo de 1000 hPa.
A experiência diz que é preciso ter cautela com as estimativas dos supercomputadores. Por enquanto, tudo isto é previsão e sujeita a mudança, que pode ser grande em 1 ou 2 dias. As análises feitas pelos computadores mudam de idéia de um dia para outro. Um exemplo recente disto foi a projeção, para o início desta semana, de um centro de 1040 hPa sobre o centro da Argentina. A projeção feita no dia 6 de julho mostrava os 1040 hPa na noite de segunda-feira, dia 13 e na manhã do dia 14, lá, sobre o centro da Argentina, sobre Cordoba. A análise do dia 8 de julho confirmou o prognóstico do mesmo valor, na mesma posição. Na sexta-feira, 10 de julho, o máximo de pressão continuava sendo projetado sobre Cordoba, nos dias 13 e 14 de julho, mas com 1032-1034 hPa. Bem menos, mas ainda assim um valor de pressão muito alto e que exigia toda a atenção dos previsores. No fim de semana, a pressão máxima já havia baixado para 1030 hPa e quando chegamos na data, nos dias 13 e 14, o que deu foi um centro de 1032 hPa, real, medido, e não só projetado, como prognóstico de computador.