Reestruturação da política de crédito rural, transformação das propriedades em empresas, implantação de um novo sistema de defesa agropecuária, eficiência administrativa das propriedades e identificação dos principais problemas vividos no campo. Estas medidas foram defendidas hoje (2/4), em Uberlândia, pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Conselho Deliberativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), senadora Kátia Abreu, em entrevista coletiva, durante o lançamento do programa CNA em Campo.
O projeto visa aproximar o Sistema CNA/SENAR da sociedade por meio da discussão dos principais problemas do setor e buscar alternativas para reforçar o crescimento da atividade rural. “Precisamos modernizar nossa atividade, pois outros países também têm esses mecanismos que facilitam a vida do produtor”, justificou.
Segundo Kátia Abreu, a reforma do sistema de crédito é uma das principais medidas a serem tomadas para que o produtor obtenha mais acesso a financiamentos e mantenha a atividade. Ela argumentou que a dificuldades de créditos estão atribuídas principalmente à elevação do risco de inadimplência do produtor pelos bancos, diante de crises internas vividas pelo setor em safras passadas, que se tornaram empecilho para o acesso a novos créditos.
“A saída tem sido buscar recursos nas tradings, mas as tradings reduziram seus financiamentos em razão da crise internacional e a preocupação é saber quem vai financiar a safra”, afirmou. “Por isso a reforma do modelo de crédito é fundamental, pois a agricultura é um carro que tem de trocar o pneu andando, não pode parar”, justificou. Ela acrescentou que um grupo de trabalho formado por técnicos da CNA, Banco do Brasil, Ministérios da Fazenda e Agricultura está discutindo a proposta de reformulação do atual modelo de crédito.
Mudanças
Defensora a formalização da atividade rural, Kátia Abreu avaliou que uma das condições para o produtor ter mais acesso aos recursos para bancar a lavoura seria a transformação das propriedades em empresas, proposta que também está sendo discutida com o governo federal para dar mais transparência ao produtor.
“A idéia é criar uma central de financiamento para que todos os agentes tenham as mesmas informações sobre o produtor que faz financiamento, tanto dos bancos como de outras fontes”, disse. Em relação a um sistema novo de defesa agropecuária, a presidente da CNA informou que está em andamento um estudo que propõe um projeto piloto com dez culturas.
“Temos de melhorar este sistema também, pois a classe tem explicações a dar aos compradores dos nossos produtos e com essa atitude satisfazer aos nossos principais clientes, que são os próprios brasileiros”, salientou.
Outro ponto abordado por Kátia Abreu foi a necessidade de se aperfeiçoar a gestão nas propriedades para aumentar a competitividade do setor. “Queremos que o produtor tenha nos livros contábeis a mesma eficiência que ele emprega na produção”, destacou, completando que o SENAR ficará responsável por projetos voltados para esta finalidade. Uma das iniciativas, dentro da proposta será o Programa Empreendedor Rural, que foi pioneiro no Paraná e será estendido a outros estados. Kátia Abreu também falou sobe a criação do Observatório das Desproteções Sociais, outro projeto prioritário do Sistema CNA/SENAR que serve para identificar as principais deficiências no campo.
Departamento de Comunicação da CNA