Após um primeiro semestre em que todo o setor varejista foi afetado pela crise internacional, a Ótica Mario Neto, uma das mais tradicionais de Campinas, interior de São Paulo, inaugura em 16 de novembro uma nova unidade localizada no entorno da antiga rodoviária da cidade. A aposta é aliar preço, qualidade e facilidade de pagamento. Por isso, de acordo com o proprietário, Mário Natali Neto, negociações com cinco marcas de prestígio estão viabilizando a implementação nas duas lojas de redução no preço que chega a ser 30% menor que valor praticado no mercado. Isso só foi possível, comenta, porque empresas multinacionais predominam no setor óptico e a valorização do real reduziu o valor das compras.
A empresa que há 52 anos atua no mercado, prevê um crescimento de 15% na demanda de óculos neste final de ano em relação ao mesmo período de 2008 e tem expectativa otimista para 2010, afirma Mário Neto.
O empresário aponta vários fatores para a previsão positiva. Um é a incorporação dos óculos como acessórios indispensáveis entre jovens que acabam comprando vários modelos para variar a produção. Outro é a exclusividade firmada entre a óptica e um fabricante de lentes multifocais que vai permitir montar os óculos a preço competitivo em armações pequenas que são as preferidas pelo consumidor.
METADE DA POPULAÇÃO ACIMA DE 40 ANOS USA ÓCULOS MULTIFOCIAS
Este segmento, comenta, representa uma demanda latente porque metade das pessoas com mais de 40 anos de idade precisa usar óculos multifocais. O último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ressalta, demonstra que 30% da população da RMC (Região Metropolitana de Campinas) está nesta faixa etária e neste grupo 40% das pessoas têm, no mínimo, dois óculos – um solar e outro para ambientes internos.
O empresário lembra que o setor apresentou um crescimento de 6% nos primeiros quatro meses de 2009, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Gallup. Por isso, para ele a recuperação do crédito e a criação de novos empregos recém anunciada pelo Ministro do Trabalho devem fazer com que as vendas do setor atinjam índices superiores aos de 2008.
ÓCULOS DE SOL: Equipamentos Enganam Consumidor
O maior problema enfrentado pelo mercado óptico no Brasil é a concorrência desleal – pirataria, contrabando e propaganda enganosa. É o que apontam pesquisas anuais que vêm sendo divulgadas pela ABIOTICA (Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos) desde 2005. Mario Neto afirma que a maioria dos consumidores ignora que os equipamentos (fotômetros) utilizados por camelôs não têm sensibilidade para comprovar a proteção UV (ultravioleta) em lentes escuras. Enganados por estes equipamentos, muitos acreditam que é possível comprar óculos de sol por 15 reais e proteger a saúde dos olhos, quando na verdade estão aumento os riscos de terem doenças causadas pelo excessiva exposição ao sol,comenta. A boa notícia para a saúde do consumidor e da economia é que a apreensão e destruição de óculos piratas vêm crescendo ano a ano no País. Só para se ter uma idéia, em 2005 foram cerca de 640 mil óculos, número que saltou para 14,4 milhões em 2008 e até março deste ano já somava 9,4 milhões, segundo a ABIOTICA. Para Mário Neto o crescimento do combate à pirataria de óculos dá um novo fôlego ao empresário que paga impostos, mas ele compartilha da opinião dos empresários que participaram das pesquisas do setor de que 20% do mercado é prejudicado por produtos de baixa qualidade e preço que são usados para atrair o consumidor pelo mercado estabelecido. As dicas do empresário para checar a qualidade dos óculos são:
– Movimente a lente e verifique se não as imagens não distorcem.
– Óculos de sol só são confiáveis se as lentes tiverem a certificação NBR ISO 15111 que garantem a proteção UV.