“Um período que deveria ser marcado por um grande gasto energético através das danças das quadrilhas e de outras brincadeiras como subir no ‘pau de sebo’, pular a fogueira, passa a ser apenas um período de grande consumo calórico”, alerta Ellen Simone Paiva.
Durante o mês de junho, as bandeirinhas que festejam os santos mais populares aparecem nas escolas, igrejas e clubes, colorindo as cidades de todo o Brasil e prometendo festas animadas com quadrilha, música caipira, jogos, brincadeiras e muita comida gostosa.
Como o Brasil é um país muito grande, essa tradição mostra nuances diferentes nos vários estados e regiões, como é o caso da Amazônia, que inicia as festividades em junho, homenageando Santo Antônio e só termina em dezembro, com a festa de São Benedito. No Nordeste, as festas juninas são tão importantes que geram disputa entre as cidades, estimulam o turismo e unem as várias religiões em um grande culto. No Sudeste e no Centro-Oeste, a tradição caipira é incentivada com a realização de rodeios e festas do peão boiadeiro.
“Como tudo o que é bom na vida, devemos procurar preservar nossas tradições. O que estamos vemos, principalmente nas grandes cidades, é a redução dos festejos e brincadeiras e o aumento de festas que se resumem à venda de comidas típicas”, afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do CITEN.
Elementos como brincadeiras e danças juninas foram se perdendo com o passar dos anos, a médica aponta este fato como uma das características do estilo de vida sedentário que levamos atualmente, principalmente nos grandes centros urbanos. “Assim, um período que deveria ser marcado por um grande gasto energético através das danças das quadrilhas e de outras brincadeiras como subir no ‘pau de sebo’, pular a fogueira, passa a ser apenas um período de grande consumo calórico”, alerta Ellen Simone Paiva.
“Não há nada de mau em comer paçoca e pé-de-moleque, desde que estes não sejam o seu único feito durante a festa”, diz a médica. As comidas típicas das festas juninas são todas muito calóricas, mas, ao mesmo tempo, são irresistíveis. A base destes pratos, o amendoim, contém cerca de 625 calorias em 100g. “Uma opção gostosa e menos calórica seria consumir o milho. Servido cozido no pão de milho e no curau são opções com menor valor calórico do que a pamonha, por exemplo, e tão gostosas quanto”, alerta a especialista, que também é médica nutróloga.
Mudanças na hora de cozinhar…
Há também a possibilidade de alterar as receitas que serão servidas durante os festejos juninos, tornando-as menos calóricas, sem lhes tirar o sabor. “Medidas simples como trocar o leite integral pelo desnatado, a manteiga pela margarina light sem gordura hidrogenada, e o açúcar pela versão light ou pelo adoçante de forno e fogão contribuem com esse objetivo”, conta a nutricionista do CITEN, Amanda Epifânio.
“Na impossibilidade de um cardápio light, podemos dar preferência aos alimentos à base de milho, ao invés dos que são feitos à base de amendoim. Dançar muita quadrilha e forró, sem medo de ser feliz, também favorece o gasto calórico”, recomenda a nutricionista.
A seguir, a equipe do CITEN fornece algumas receitas típicas das guloseimas juninas que podem ser preparadas, priorizando a ingestão de menos calorias. “O que estamos sugerindo não compromete o sabor dos pratos. É preparar e conferir”, ressalta Amanda Epifânio.