A crise financeira internacional abre uma “janela de oportunidades para a América Latina e, de forma especial, para o Brasil”. A afirmação, feita hoje (8) pelo diretor do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, Emilio Lozoya Austin, foi endossada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira.
A Apex-Brasil é parceira do Fórum Econômico Mundial, cuja reunião regional dedicada à América Latina, será realizada a partir do próximo dia 14, no Rio de Janeiro.
O diretor do fórum afirmou que muitos fatores vão determinar que o Brasil saia da crise mais fortalecido. “O Brasil está em melhor situação do que nas últimas décadas para enfrentar a crise”. Para ele, a estabilidade e o fortalecimento da economia são uma oportunidade para o crescimento das empresas brasileiras dentro e fora do país.
Austin destacou ainda a necessidade de aproveitar a crise para não ter um retrocesso nos indicadores sociais que o Brasil conseguiu fortalecer”. O tema será discutido também durante o World Economic Forum da América Latina. A reunião é preparatória à Cúpula das Américas, que o Fórum Econômico Mundial realiza de 17 a 19 deste mês, em Trinidad e Tobago.
Para o presidente da Apex-Brasil, o país tem condições de emergir da crise internacional com uma postura mais forte. “Politicamente mais qualificado. Hoje não se imagina uma nova ordem mundial, uma nova estrutura da economia mundial, onde o Brasil não esteja. Esse é o primeiro ganho real e político da inclusão do Brasil nesse cenário”.
Na área econômica, Teixeira disse que o Brasil tem a possibilidade de sair fortalecida da crise para ganhar mais rapidamente novos mercados internacionais. Isso se deve, em grande parte, à estrutura de crédito brasileira, ao sistema bancário e ao sistema de financiamento público, além das políticas macroeconômicas e fiscais implementadas pelo governo.
“Acho realmente que o Brasil fez o dever de casa, que foi ter toda a economia voltada para o aumento do mercado interno”, enfatizou Teixeira. Recordou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou o governo com menos de 30% da população brasileira na classe média e esse percentual já atinge hoje quase 50%. “Essa inclusão e a construção desse mercado de consumo são fundamentais para atenuar os efeitos da crise no Brasil e, principalmente, de recuperação no exterior”.
Na América Latina, o presidente da Apex-Brasil destacou que países como a Colômbia, o Peru, o Chile e o México também apresentam condições de superação da crise. “Em geral, acho que existe uma janela de oportunidade para o Brasil e a América Latina.”
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil