[singlepic id=210 w=320 h=240 float=left]]Por ter tido origem nos Estados Unidos, a crise financeira internacional só acabará quando o problema for resolvido lá. A avaliação é do professor de economia da Universidade de São Paulo, Roberto Macedo, feita em palestra, nesta semana, a estudantes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
Para o especialista, “se não resolver o problema de lá, não resolverá em lugar nenhum e nem o G20 [ grupo das maiores economias do mundo ] dará jeito”, comentou. Macedo acredita que o aprofundamento da crise financeira depende mais de encontrar uma solução para o sistema americano do que o G20. “A crise está mais cravada lá, foi lá que ‘pipocou’ o mercado de subprime“, ressaltou. Macedo pontou que a reunião do G20, que se realizará na próxima semana, em Londres, servirá “para lavar roupa suja”. “Torço pelo melhor e que eles consigam achar uma solução, mas acho difícil que mude alguma coisa”, disse. Conforme o professor, a maioria dos países continua adotando medidas protecionistas para seus mercados, mesmo quando há uma tendência de abrir o comércio. O professor alertou que as negociações do G20 podem ser desviadas por conta de um dos temas que estão na pauta e que foi proposto pela China, a criação de uma nova moeda internacional que substitua o dólar. Macedo explicou que os chineses têm medo que a moeda americana se desvalorize porque ele têm mais de US$ 1 trilhão em reserva. “O euro já se qualifica como uma nova moeda porque muitos contratos agora são negociados em euro. Mas isso é pouco provável porque nem a Inglaterra o aceitou, que dirá os outros países.” Segundo o professor, o pior aspecto da crise é o desemprego e está é uma questão que deve ser tratada como uma das prioridades. “Para mim o desemprego é um dano moral, o funcionário que perde seu trabalho se sente diminuído, sofre por não ter dinheiro, por não poder sustentar a família”.
Ivy Farias Fonte Agência Brasil