Com a volta às aulas, aumenta a preocupação de contágio da gripe suína A (H1N1) entre os estudantes, adverte o dr. José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). Convivendo em ambientes fechados e com razoável concentração de pessoas, o risco é maior. Portanto, exige medidas de prevenção nas universidades, escolas e creches. Aliás, como não há sinais iniciais exclusivos do vírus H1N1, qualquer sintoma de gripe já indica a necessidade de atitudes preventivas.
“Nem sempre os sintomas se apresentam plenamente intensos e identificáveis. Então, uma simples coriza, tosse leve ou dor de garganta, já pode ser da gripe A”, afirma o dr. Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista da SPPT.
Segundo ele, o primeiro cuidado dos pais e educadores deve ser a identificação de perfis semelhantes em seus filhos/alunos e recomendar a permanência em casa, assim como a procura por orientação médica. Independentemente de sintomas, todas as pessoas devem ter atenção a cuidados básicos de higiene, tais como usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, lavar as mãos periodicamente, evitar encostá-las em mucosas da boca, do nariz e do olho.
Nas escolas, os bebedouros devem ser utilizados adequadamente, sem que haja contato da boca com o local de onde sai água, optando por copos descartáveis.
De acordo com o dr. Clystenes, quando há uma criança com gripe na sala de aula, o contágio para as outras é praticamente inevitável. “A criança vai tossir, espirrar e acabará passando para os outros. No caso dos menores, as chances aumentam, pois há maior interação entre eles, com as idas ao recreio e ao banheiro juntos e grande contato durante as brincadeiras”, alerta.
Mesmo assim, o especialista não concorda com a decisão de adiar a retomada do período letivo, iniciativa tomada por grande parte das instituições educacionais baseadas no argumento de esperar o aumento das temperaturas e, assim, menor disseminação do vírus.
“Não permitir pessoas com gripe permaneçam na sala de aula me parece muito mais eficaz do que prejudicar o calendário escolar”, complementa.
Se houver um caso comprovado de gripe A, todos aqueles que mantiveram contato com a pessoa gripada devem ficar de quarentena e, assim, verificar se não surgem sintomas.
“Aos pais, a orientação fundamental é que jamais dêem antibióticos, porque esse tipo de medicação pode prejudicar ainda mais a saúde do filho”, registra. Observar se não há sinais de complicação, como febre muito elevada, desconforto respiratório e tosse com muito catarro, também é importante, pois indica a necessidade de uma consulta médica.