Pacientes com leucemia, linfoma, mieloma múltiplo, mielodisplasia e talassemia estão no grupo de risco. Médicos orientam sobre os cuidados preventivos e providências a serem adotadas em caso de manifestação dos sintomas.
Pacientes de leucemia, linfoma, mieloma múltiplo e mielodisplasia (doenças onco-hematológicas) devem ficar muito atentos aos sintomas da Gripe A, que são: febre alta (superior a 39 graus), tosse, dores de cabeça, musculares e nas articulações, dor de garganta e mal-estar/fraqueza.
Em geral, os pacientes onco-hematológicos estão com o sistema imunológico debilitado, o que significa que suas funções protetoras se apresentam inadequadas, deixando a pessoa mais suscetível a infecções. Por este motivo, atenção aos sinais da gripe é fundamental.
De acordo com orientações de especialistas, essas pessoas, ao perceberem que apresentam os sintomas do vírus, precisam procurar um médico imediatamente para receber o tratamento adequado.
Procedimentos
Dr. Luis Fernando Aranha Camargo, infectologista do Hospital Albert Einstein, explica qual procedimento deve ser adotado ao perceber os sintomas. “Se o paciente tiver contato com uma pessoa que seja portadora do vírus, ele deve tomar, sob prescrição médica, o fosfato de oseltamivir como prevenção, independentemente do diagnóstico”.
O infectologista informou, ainda, que os cuidados de prevenção para os pacientes com doenças onco-hematológicas são os mesmos para aqueles indivíduos que não possuem nenhum tipo de doença.
“Os pacientes portadores de doenças onco-hematológicas devem procurar atendimento médico, de preferência no centro onde se trata, aos primeiros sinais e sintomas. O médico é quem decidirá sobre a indicação da medicação. Ao entrar no ambulatório, o paciente deve solicitar máscara para minimizar o risco de contaminação a outros pacientes”, explica Dra. Ana Lúcia Cornacchioni – médica oncologista pediátrica do Instituto de Tratamento Contra o Câncer Infantil (ITACI) e coordenadora do Comitê Científico Médico da ABRALE.
Dr. Rodrigo Santucci, onco-hematologista da Hemomed Oncologia e Hematologia, recomenda que os pacientes com doenças onco-hematológicas evitem frequentar lugares com grande concentração de pessoas, como estações do metrô e estádios de futebol, e contato com quem viajou para fora do País.
Para os pacientes com talassemia – anemia crônica, que faz parte do grupo das hemoglobinopatias -, Dr. Giorgio Baldanzi, médico responsável pelo ambulatório de Hemoglobinopatias do HEMEPAR de Curitiba e membro do Comitê Científico da ABRASTA (Associação Brasileira de Talassemia), esclarece a importância de informar ser portador da doença na hora em que for consultado em caso de suspeita da Gripe A.
“Uma pessoa que tenha talassemia e sentir os sintomas da Gripe A tem que procurar o médico imediatamente e se identificar como portadora da doença. O paciente deve tomar (por orientação médica) o fosfato de oseltamivir nas primeiras 48 horas, após perceber os sintomas. O remédio agirá direto no vírus, que deixa de se multiplicar no organismo. Com isso, a doença não se desenvolve ou pode se desenvolver de maneira branda. Além disso, o paciente de talassemia que não tenha o baço, além de ingerir o fosfato de oseltamivir, deve receber antibióticos devido o risco de infecção bacteriana concomitante”, expõe Baldanzi.
Cuidados para se prevenir da doença, conforme orientações do Ministério da Saúde:
– Lavar as mãos frequentemente com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal; e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.
O Ministério da Saúde também divulgou em seu site, no último dia 24 de julho, que baseado em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave, devem ser medicadas com fosfato de oseltamivir.
O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer), pessoas com obesidade mórbida e também doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme e talassemia.
Encontro de pacientes da ABRALE com especialista ajudará a esclarecer dúvidas:
Dia 14 de agosto das 9h30 às 12h30
Tema: Infecções – cuidados e tratamentos
Palestrante: Dr. Jacyr Pasternack – médico da sessão de microbiologia do laboratório clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da comissão de controle de infecção do Hospital Israelita Albert Einstein.
Local: Al. Ribeirão Preto, 82, 8º andar – Próx. ao metrô Brigadeiro (prédio do COREN – Conselho Regional de Enfermagem)
ABRALE
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia é uma Organização Não-Governamental (ONG), sem fins lucrativos. Sua missão é divulgar informações e oferecer suporte a pacientes com onco-hematologias (linfoma, leucemia, mieloma múltiplo e mielodisplasia), mobilizando parceiros para que o melhor tratamento esteja disponível no Brasil. A associação oferece atendimentos psicológico e jurídico, além de programas educacionais gratuitamente. Informações podem ser obtidas no site www.abrale.org.br ou pelo telefone 0800 773 9973.
ABRASTA
A Associação Brasileira de Talassemia, fundada em 6 de agosto de 1982 por um grupo de pais de portadores de talassemia, é uma entidade beneficente sem fins lucrativos, que tem como missão melhorar as condições de tratamento e a qualidade de vida dos portadores de talassemia no Brasil. A associação, que é membro participante da Federação Internacional de Talassemia (TIF) e uma das fundadoras da Alianza Latina, oferece atendimento psicológico, jurídico e programas educacionais gratuitamente, e promove eventos voltados a pacientes, familiares, médicos e profissionais da saúde. Mais informações no Portal ABRASTA www.abrasta.org.br ou pelo telefone 0800 773 9973 (ligações gratuitas de todo o Brasil).