Mais coloridas e duráveis que as de clima temperado, as flores tropicais despontam como alternativas de cultivo na Amazônia e são tema de dia de campo que será realizado pela Embrapa Rondônia no próximo sábado, dia 25, em Porto Velho. O evento aborda dois pontos críticos da produção de flores: a colheita, que precisa ser realizada no tempo certo de maturação da planta, e a pós-colheita, com técnicas que vão garantir a qualidade do produto que chega ao consumidor. Mercado local, possibilidades de negócio e limitações da cadeia produtiva também serão tratados.
Especialista em agricultura tropical, a pesquisadora Vanda Gorete Souza Rodrigues, da Embrapa Rondônia, explica que a grande vantagem das flores tropicais em comparação com as flores de clima temperado – como rosas e crisântemos – é a durabilidade. “As flores tropicais duram de sete a dez dias, dependendo da técnica de pós-colheita”, explica a pesquisadora.
Mas a durabilidade está diretamente relacionada à época de colheita. Pesquisadores realizaram experimentos com oito diferentes espécies de flores tropicais em Porto Velho para identificar o ponto ideal de corte. Foram testadas colheitas em diferentes estágios de abertura das flores. Os resultados estão sendo analisados e serão organizados em publicação técnica.
Além da época de maturação, os especialistas lembram que é importante respeitar os horários para colheita. Os cortes devem ser feitos em horários de temperaturas mais amenas, como o início da manhã ou o final da tarde. O transporte do campo para o galpão de beneficiamento deve ser rápido, para evitar que as flores fiquem por muito tempo expostas ao calor.
Depois da colheita, são adotadas técnicas para garantir a qualidade do produto. O primeiro passo é o resfriamento. As plantas devem permanecer em temperatura de aproximadamente 15° C. Depois é necessário limpar as flores com água. É importante a aplicação de produtos para controle de insetos. O passo seguinte é fazer a hidratação, depois a classificação e, por fim, a embalagem.
Mercado potencial
Estudo realizado pela empresa de consultoria Hortica em Porto Velho e Ji-Paraná, esta última cidade localizada na região central de Rondônia, mostra que existe uma grande procura por flores tropicais ainda não atendida pela produção local. O potencial de mercado para a capital do Estado, por exemplo, é de 152.550 hastes da família das helicônias por ano. Apenas 15,5% da demanda é atendida pela produção local. A atividade econômica movimenta cerca de R$ 4,5 milhões por ano na cidade.
O “Dia de campo sobre colheita e pós-colheita de flores tropicais” é uma atividade do “Projeto Rondônia em Flores Topicais”, uma iniciativa do Sebrae com apoio da Emater-RO e da Embrapa Rondônia, uma das 42 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As atividades começam às 8h da manhã e serão realizadas na Chácara Santa Luzia das Flores, localizada na Linha São Pedro, km 11 da BR 364 sentido Cuiabá, em Porto Velho, Rondônia.