A previsão do tempo, hoje com 98% de acerto, pode ter a margem de eficiência reduzida a menos da metade – em torno de 45% – a partir de dezembro. Isso porque o principal satélite responsável por monitorar as condições climáticas na América do Sul vai ser desativado. O GOES 10 pertence aos Estados Unidos, que o consideram lixo espacial e vão derrubá-lo por considerá-lo obsoleto e caro: custa mais de 10 milhões de dólares por ano em manutenção e equipe. Ele está virado para a América do Sul há dois anos por acordo internacional.
O coordenador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE, Luis Augusto Machado, diz que diversas áreas vão ser prejudicadas: as enchentes de Santa Catarina ou uma grande queimada na Amazônia, por exemplo, poderão passar despercebidas.
O meteorologista do Instituto Somar, Marcel Rocco, diz que a alternativa imediata será usar outro satélite, o GOES 12, que também pertence aos Estados Unidos e está igualmente sucateado. Segundo uma fonte do governo, o Brasil foi avisado da derrubada do satélite há 5 meses, manteve o assunto em sigilo e não adotou nenhuma providência.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, foi a Washington na última sexta-feira em busca de um acordo. Os Estados Unidos disseram que um posicionamento do satélite GOES 12 direcionado para a América do Sul só será possível em maio – até lá, serão quase 6 meses sem previsão do tempo precisa.
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