A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi a grande atração da manhã desta terça-feira no seminário Pré-sal e o futuro do Brasil, no Complexo Brasil 21 Meliá, em Brasília. O evento, promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com o Estado de Minas, será realizado até hoje (quarta-feira), com o objetivo de aprofundar as perspectivas relacionadas ao potencial da camada do pré-sal, e terá a presença de outras autoridades públicas e de especialistas no assunto.
Diante de um auditório lotado, com a presença de jornalistas de todo o País, Dilma garantiu que o Brasil vai se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo e afirmou que o governo federal considera importante o projeto que determina a Petrobras como única operadora do pré-sal, enviado ao Congresso Nacional.
A ministra avaliou como “inequívoca” a opção pelo modelo de partilha porque, acredita, o Brasil teria perfeitas condições de adotá-lo. “Somos capazes de explorar essas receitas. A economia brasileira está crescendo, o mercado interno também, conseguimos adquirir reservas e a Petrobras é a oitava maior empresa do mundo, a segunda em lucratividade em petróleo”, reforçou.
Investidores estrangeiros
Dilma considerou a hipótese de a União promover uma licitação dos direitos de exploração do petróleo do pré-sal, da qual poderiam participar empresas privadas nacionais, internacionais e até estatais de outros países. Mas, nesse caso, a ministra foi taxativa. “Ganha o direito de exploração quem der à União a maior parcela de óleo possível”.
Após a palestra, durante entrevista coletiva aos jornalistas, Dilma revelou que empresas da Arábia Saudita e da China já mostraram interesse em saber as regras de exploração do petróleo do pré-sal, mas não citou os nomes das organizações.
Diários Associados
A palestra de Dilma foi precedida de apresentação do diretor-presidente do Correio Braziliense, Álvaro Teixeira da Costa. Em sua palestra, Teixeira falou sobre a importância da aplicação do dinheiro do pré-sal no desenvolvimento social, em especial na área de educação. E defendeu a estatização do petróleo do País. “No momento em que o mundo discute a administração de escassez, nós discutimos a destinação da alta abundância. É privilégio e desafio. O petróleo é patrimônio dos brasileiros. Mais de 80% das reservas mundiais pertencem aos governos”, afirmou.
A programação do seminário segue nesta quarta-feira (23), a partir das 10h, com abertura feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. No decorrer do dia, dois painéis serão debatidos: “A contribuição da Câmara dos Deputados ao novo marco regulatório” e “A distribuição dos dividendos do pré-sal”. Entre os expositores estão o deputado federal Antônio Palocci, o senador Renato Casagrande e o governadores, Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e Paulo Hartung, do Espírito Santo.
Programação do segundo dia:
23 de setembro – quarta-feira
10h – Abertura
A Nova Independência do Brasil
Edison Lobão – ministro de Minas e Energia
11h – 1º painel
A contribuição da Câmara dos Deputados ao novo marco regulatório
Expositores:
Deputado Federal Antônio Palocci
Deputado Federal Henrique Alves
Deputado Federal Arnaldo Jardim
Deputado Federal Arlindo Chinaglia
Senador Renato Casagrande
15h – 2º painel
A distribuição dos dividendos do pré-sal
Sérgio Cabral – governador do Rio de Janeiro
Paulo Hartung – governador do Espírito Santo
Eduardo Campos – governador de Pernambuco
Jaques Wagner – governador da Bahia
Elder Queiroz – Professor
17h30 – Encerramento