Relatório divulgado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) constata redução de 60% nos registros de queimadas no Acre e no Mato Grosso e 50% em Rondônia. O resultado foi obtido na comparação do número de focos de calor (pontos com temperaturas acima de 47°C) registrados por satélite em 2008 em relação aos anos anteriores. Mesmo com a redução, os estados ainda apresentaram mais de 90 mil focos.
A época seca, que inicia em maio e chega até outubro nesses estados, é escolhida para a realização de queimadas por favorecer a propagação do fogo na vegetação. Por isso, a divulgação dos dados nesse momento pode ajudar os órgãos ambientais competentes a atuarem de forma dirigida e minimizarem o problema.
Mato Grosso
Mato Grosso apresentou 74.414 focos de calor ao longo do ano, liderando as ocorrências em relação aos outros estados. A boa notícia é que os números retomaram a tendência de redução observada de 2004 a 2007, ano em que as queimadas aumentaram para 181.367 focos.
Mais de 80% das queimadas ocorreram de agosto a outubro, sobretudo no centro e no nordeste do estado. Municípios como São Félix do Araguaia, Nova Maringá, Luciára, Itanhangá e Alto Boa Vista despontam como os que mais queimam. Já o Parque Estadual Encontro das Águas aumentou em quarenta vezes o número de focos. Cerca de 1/3 dos focos de calor ocorreram em áreas já desmatadas, outros 33% em áreas sem floresta ou de cerrado. Já 26% aconteceram em floresta nativa, o que revela que essas áreas estão sendo ameaçadas.
Rondônia
Rondônia manteve a tendência de queda registrada desde de 2005, registrando 14.157 focos de calor. Nos meses de agosto a outubro as ocorrências corresponderam a 94% desse total. A maioria das queimadas acontece no norte e sudoeste do Estado, sendo os municípios de Porto Velho, Machadinho D’Oeste, Cujubim e Costa Marques os mais atingidos.
Porém, se relacionada a área do município com o número de focos, São Francisco do Guaporé leva a primeira posição. No estado, o fogo ocorre mais em áreas particulares e de desmatamento antigo (43%), mas assentamentos, unidades de conservação e mesmo as terras indígenas aumentaram suas queimadas, representando juntos cerca de 44% do total. Entre esses, a Floresta Nacional do Bom Futuro se destaca com a ocorrência de 1.007 focos de calor.
Acre
Após os alarmantes 222.292 focos registrados em 2005, o Acre mantém queda, registrando 1.933 pontos de queimada em 2008. Assim como os outros estados, o período crítico é de agosto a outubro, responsável por 92% das ocorrências. Sena Madureira foi o município recordista, com 259 focos registrados, mas quando se consideram as ocorrências em relação à extensão territorial dos municípios, verifica-se que a densidade foi maior no município de Acrelândia. No estado, a maior concentração de focos de calor ocorreu em projetos de assentamento criados pelo Incra (35%). O PAD Pedro Peixoto teve o pior índice, com 186 focos. Já a as RESEX Chico Mendes teve o maior número entre as unidades de conservação: 42 focos.