O aumento das emissões líquidas, a taxa de juros e a emissão de títulos no valor de R$ 26 bilhões referentes á concessão de crédito ao BNDES (MP 453/2009) elevou em 3,33% o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) de R$ 1,388 trilhão em maio para R$ 1,434 trilhão em junho. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Devido à emissão líquida de R$ 36,10 bilhões e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 11,52 bilhões, a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) aumentou para R$ 1,321 trilhão em junho, ante R$ 1,274 trilhão no mês anterior, um aumento de 3,74%.
A Dívida Pública Federal Externa (DPFe) apresentou queda de 1,17% em relação a maio, encerrando junho em R$ 111,73 bilhões (US$ 57,76 bilhões), sendo R$ 87,54 (R$ US$ 44,85 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 25,19 bilhões (US$ 12,91 bilhões) à dívida contratual. Conforme a Secretaria do Tesouro Nacional, a redução foi conseqüência da valorização do real e do resgate líquido ocorrido no período.
Em junho, as emissões da DPF totalizaram R$ 68,93 bilhões, dos quais R$ R$ 26 bilhões destinados ao BNDES e R$ R$ 9 bilhões ao mercado. O resgates somaram R$ 33,88 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 35,05 bilhões, sendo R$ 36,10 bilhões referentes à emissão líquida de DPMFi e R$ 1,05 bilhão a resgate líquido da DPFe.
Em junho, as emissões de títulos da DPMFi alcançaram R$ 68,89 bilhões, dos quais R$ 50,20 bilhões (72,86%) com remuneração prefixada, R$ 10 bilhões (14,52%) indexadas á taxa Selic e R$ 8,48 bilhões (12,31%) remunerados por índices de preços.
BNDES – O coordenador geral de Operações da Dívida, Fernando Garrido, lembrou que, ao amparo da MP 453/2009, o Tesouro Nacional emitiu um total de R$ 39 bilhões ao BNDES este ano.
A primeira emissão, no valor de R$ 13 bilhões, ocorreu em março. A MP permite a emissão de até R$ 100 bilhões. “Caso haja necessidade do BNDES e disponibilidade do Tesouro é possível negociar novas emissões”, afirmou Garrido.
Ele acrescentou que, apesar do impacto no resultado de junho, a operação ao BNDES, em termos de dívida, é nula, porque a instituição financeira, em contrapartida às emissões, torna-se imediatamente credor do Tesouro Nacional no mesmo montante.
Tesouro Direto – O coordenador comentou ainda o resultado do Tesouro Direto no mês de junho, que atingiu recorde para meses de junho, totalizando R$ 11 milhões, um aumento de 113% na comparação com junho de 2008.
Investidor estrangeiro – Fernando Garrido destacou ainda o retorno gradual aos níveis pré-crise da participação estrangeira no estoque da dívida. Em junho, o percentual foi de 6,09%, ante 5,84% em maio. Antes dos impactos da crise, em meados de 2008, a participação de não residentes atingiu o máximo de 7%.
No final do segundo semestre caiu para 5,5% e agora o Tesouro verifica uma subida gradual. “O perfil do investidor é o mesmo do período anterior á crise: são investidores institucionais que aplicam basicamente em papéis de longo prazo, como fundos de pensão e títulos prefixados”, comentou o coordenador.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social – RFB/PGFN/GMF