Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que o número de transplantes de órgãos realizados em todo o país, com doador falecido, subiu 24,3% no primeiro semestre de 2009 em comparação com o mesmo período de 2008. Entre janeiro e junho de 2009, foram feitos 2099 transplantes de órgãos. Em 2008, no mesmo período, foram 1688. Nesse mesmo intervalo, houve crescimento nacional da quantidade de transplantes de rim de 30,28% (ver tabela abaixo). O transplante de fígado aumentou 23,17%
Para ampliar ainda mais essas estatísticas e sensibilizar a população para a importância de informar os familiares e amigos sobre a intenção de ser doador, o Ministério da Saúde lança, neste domingo (27), a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
Tendo a conversa como tema, a campanha mostrará a importância de comunicar aos familiares a decisão de se tornar um doador. As peças publicitárias esclarecem que uma pessoa não precisa deixar nada escrito, mas simplesmente comunicar sua família a intenção de ser um doador. Com o slogan “A vida é feita de conversas. Basta uma para salvar vidas”, a nova campanha de doação de órgãos começa a ser veiculada no domingo (27) nas televisões e rádios de todo o Brasil.
A grande ação voltada para o aumento no número de doações no país vai começar com partidas de futebol de areia no Rio de Janeiro. Cinco times vão disputar o jogo na Praia de Ipanema, no campo de areia do Posto 10, a partir das 9h. Uma das equipes é formada exclusivamente por pessoas que passaram por transplantes de órgãos. A atriz da novela global Danielli Haloten – a personagem Anita, de Caras e Bocas – é uma das protagonistas da campanha. Danielli, que é deficiente visual, passa a mensagem que não é necessário deixar nenhum documento por escrito, nem uma guia ou mesmo usar a linguagem Braile para deixar claro sua vontade de doar órgãos. Basta usar as palavras ou os gestos para declarar sua vontade.
“De 2004 a 2008, dobramos o nosso gasto com transplantes, mas, além de recursos materiais, precisamos do bem mais valioso e mais escasso, que são os órgãos doados. Por isso, reforçamos a necessidade da população se engajar na campanha, não somente autorizando a doação, mas também exercendo seu direito de informação e decisão sobre este assunto perante a morte de um familiar”, afirma Rosana Nothen, coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Em 2004, o gasto com transplantes foi de R$ 409,4 milhões e, quatro anos depois, atingiu R$ 824,2 milhões.