O transformista que se identifica como Sarah Fyffer deixou a pequena cidade de Jacareí, a cerca de 70 quilômetros da capital, na manhã deste domingo (14) para participar da Parada Gay, na capital paulista. Há seis anos, Sarah faz a mesma viagem para protestar contra o preconceito e a homofobia. “Acho importante mostrar para a sociedade que somos seres humanos. A Parada serve para combater o preconceito”, disse.
Segundo Sarah, a Parada Gay, que reuniu cerca de três milhões e meio de pessoas – segundo a organização – perdeu um pouco do seu contexto de lutar contra a violência e o preconceito. “Virou um circo, vem muito heterossexual só para brincar e se divertir. Não somos atração turística, a Parada é importante para conscientizar as pessoas”, completou. Para Sarah, é importante que se combata o preconceito em todas as cidades do país, não apenas com um evento e, sim, com ações diárias.
O transformista que se identifica como Karol Basfonde também foi à Parada Gay para levar a mensagem contra o preconceito e a homofobia. Para Karol, a homofobia deveria ser considerada crime, como acontece com o racismo. “Uma pessoa que agride homossexuais é perigosa para toda a sociedade e deve ser punida. A homofobia é um crime contra todos nós”, disse. Basfonde também acredita que a manifestação é importante para que as pessoas se acostumem com os homossexuais. “Se todos entenderem que somos iguais, não existirá mais crimes”, completou.
A dona de casa Patrícia Francatti levou os filhos Ariane, de sete anos, e Gustavo, de 11, para a Avenida Paulista. Há três anos a família Francatti frequenta a Parada Gay. Segundo a dona de casa, esta é uma maneira que ela encontrou para ensinar aos filhos que é preciso respeitar a todos de maneira igual. “A minha filha pergunta se é homem ou mulher e eu digo que são todos seres humanos”, afirmou. O menino Gustavo ficou impressionado com a quantidade de trios: 20. “Estou me divertindo muito, são todos muito legais”, opinou.
A garotinha usava uma peruca cor de rosa e fez sucesso com os homossexuais, que pediram autorização para tirar fotos com Ariane e elogiaram a iniciativa de Patrícia. “Arrasou!”, brincou um manifestante. Para a dona de casa, o domingo colorido serviu para mostrar aos filhos que “todo mundo tem o seu espaço”. “Nós os respeitamos e eles nos respeitam também”, ressaltou.
Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil