Os dados de desemprego divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as demissões na indústria de transformação terminaram, avaliou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. “Esse resultado sinaliza que o ajuste do mercado de trabalho na indústria chegou ao fim, dando início ao processo de recuperação do emprego industrial”, afirmou.
A indústria foi o setor que, em agosto, mais criou empregos: 135 mil. O comércio teve, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, fechamento de 80 mil vagas. No todo, o mercado de trabalho teve um aumento de 111 mil vagas em agosto na comparação com julho. “Com esse resultado, são três meses seguidos em que o emprego cresce em ritmo acima de 100 mil vagas nas seis maiores regiões metropolitanas”, analisou Monteiro Neto.
O presidente da CNI ressaltou que a pesquisa indica que a qualidade das vagas criadas em agosto deixou a desejar. “As únicas vagas formais que foram criadas vieram do setor público”, lembrou. Foram 107 mil empregos por meio do Regime Jurídico Único, ou seja, militares e estatutários. No mesmo mês, citou Monteiro Neto, houve retração de 71 mil vagas com carteira no setor privado. De acordo com a PME, foram criadas 102 mil vagas informais em agosto (45 mil sem carteira e 57 mil por conta própria).
Mesmo com a criação de 111 mil vagas, a taxa de desemprego ficou estável em agosto (8,1% frente a 8,0% em julho) por conta da entrada de 147 mil pessoas na População Economicamente Ativa (PEA). “A PEA poderá crescer na comparação com o mesmo mês do ano anterior, pressionando a taxa de desemprego, que poderá subir, caso o número de novas vagas seja inferior ao número de pessoas que entrarem na PEA à procura por emprego”, antecipou Monteiro Neto.