O presidente do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antônio Santini, considerou preocupantes os dados do estudo encomendado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) que afirma que 31% das mulheres, sobretudo aquelas que usam o sistema público de saúde, nunca fizeram exame de mamografia.
“Isso é preocupante e teremos que corrigir. Esse é um dos motivos pelos quais o Ministério da Saúde está preparando um conjunto de medidas para aumentar e garantir o acesso [aos exames]”, disse.
Ele disse ainda que é preciso realizar mais campanhas educativas para chamar a atenção das mulheres sobre a importância do exame. “Falta que essa informação seja melhor tratada, melhor organizada. Nós temos um estudo com mulheres sobre a mamografia e sabemos que falta muita informação”, afirmou Santini.
No dia 29 deste mês entra em vigor uma lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar o exame de mamografia nas mulheres acima de 40 anos. Santini disse que o Ministério da Saúde está preparando um conjunto de medidas para possibilitar a operacionalização do acesso aos exames.
O presidente do Inca afirmou que a rede pública de saúde tem mamógrafos suficientes e profissionais qualificados para realizar o exame. O problema, segundo ele, está no acesso.
“A prioridade de atendimento é para quem está doente. O acesso hoje à mamografia apresenta dificuldade por falta de um atendimento específico para o rastreamento. As pessoas que estão doentes que apresentam sintomas ou têm alguma queixa ou ainda pedido do médico têm prioridade no atendimento”, explicou.
Segundo Santini, até 2011, o Ministério da Saúde vai ampliar o número de mamógrafos para atender 70% da população que precisa realizar o exame. Hoje, essa cobertura é de 46%.
Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil