De acordo com a Lei nº 11.274/ 06, a partir de 2010, o ensino fundamental de 1ª a 8ª série, que conhecemos, será substituído pelo ensino fundamental de 9 anos e dividido em três ciclos. Como a matrícula, nessa etapa da educação, passa a ser obrigatória a partir dos seis anos de idade, todas as escolas da rede pública terão de passar por uma adequação que vai desde o espaço físico até as formas de gestão, a duração das aulas, os programas, os currículos, as metodologias, as avaliações e outros. Em função disso, aconteceu, nesta terça, uma capacitação para os técnicos, os professores, os representantes da comunidade, dos pais, dos alunos e para outros interessados da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). O treinamento foi ministrado pela técnica em Assuntos Educacionais do Ministério da Educação (MEC), Aricélia Ribeiro do Nascimento, durante toda esta terça-feira, por isso a Escola não funcionará.
Na prática, além da mudança na nomenclatura, aconteceu que, antes, aquilo que era ensinado em um ano na primeira série do ensino fundamental, agora, vai demorar dois, três anos, período batizado de ciclo. São três ciclos, cada um com três anos, um sistema que, segundo o MEC, flexibiliza as dimensões do tempo escolar. O aluno passará no primeiro ciclo dos 6 aos 8 anos; no segundo, dos 9 aos 11 e; no terceiro, dos 12 aos 14. O formato só permite a reprovação do aluno ao final de cada ciclo.
Simei Santos Andrade, da Coordenadoria de Educação Básica e Profissional da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) e organizadora da capacitação, conta que, desde 2006, acontece a implementação do ensino de 9 anos no Brasil, mas, na Escola de Aplicação, só se discutia o tema, a implementação, de fato, acontecerá neste semestre.
Basicamente, a orientadora do MEC ouviu as dúvidas dos participantes da capacitação, porque, segundo Simei, todos já estão estudando a legislação, a base teórica que vai formatar essa nova estrutura de ensino. “Mas ainda temos dúvidas básicas, por exemplo, se essa implantação vai ocorrer paralelamente ao ensino de 8 séries que já existe. Ela vai nos dar direcionamentos acerca de como podemos formatar melhor essa proposta e como a comunidade pode participar dessa nova estrutura para que a Escola siga o objetivo de ser uma escola de aplicação, atendendo toda a comunidade”, afirma Simei.
“O mais interessante disso é que agora o aluno de 6 anos terá oportunidade de ingressar no ensino obrigatório cedo e poderá passar mais tempo na escola. Dificuldades de integração de áreas, de professores e dos próprios alunos serão enfrentadas, mas o resultado será mais significativo e não só a comunidade irá ganhar, como também o aluno, porque ele terá um desenvolvimento melhor”, acredita a coordenadora da Coordenadoria de Educação Básica e Profissional.