A escola pode desempenhar um importante papel na promoção de vacinação de crianças e jovens, seja orientando alunos, funcionários e familiares, inserida em políticas públicas de ampliação da cobertura vacinal ou, quando possível, realizando campanhas de vacinação em suas unidades. O assunto está em pauta na XI Jornada Nacional de Imunizações e na VI Jornada Fluminense de Imunizações, promovidas pela Sbim – Sociedade Brasileira de Imunizações, entre 26 a 29 de agosto, no Rio de Janeiro.
Segundo o pediatra Abelardo Bastos, presidente do Comitê de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, levantamentos realizados no país mostraram que um número significativo de crianças e jovens está com suas carteiras de vacinação incompletas. “Muitas vezes, os pais não levam seus filhos para tomarem doses de reforço, necessárias para garantir uma prevenção completa de determinadas doenças. Há também vacinas recomendadas pelas sociedades médicas, mas que são ignoradas pelos responsáveis porque não estão disponíveis nos postos públicos”, explica o pediatra.
De acordo com a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, muitos pré-adolescentes e adolescentes, bem como seus responsáveis, pensam que vacina é “coisa de criancinha”. “Esse é um grande erro. Meninas a partir dos 9 anos devem ser vacinadas contra o HPV, um vírus que pode causar câncer no útero. Já as vacinas contra difteria, tétano e coqueluche, pedem reforço a partir dos 14 anos. E esses são só alguns exemplos de imunizações recomendadas pela Sbim”, alerta a especialista, ressaltando que o calendário completo de vacinação dos adolescentes está disponível no site www.sbim.org.br.
“Para ampliar a cobertura vacinal de crianças e jovens, a escola pode contribuir de forma significativa, tendo em vista sua função de formar e informar”, observa Bastos. Ainda que os funcionários solicitem as carteiras de vacinação, no ato da matrícula, é importante que eles saibam identificar se os esquemas de vacinação estão completos ou incompletos para que possam orientar os responsáveis. “Quando a escola promove a conscientização da comunidade escolar (pais, alunos, professores e funcionários) de que vacinação é qualidade de vida, todos saem ganhando”, resume o presidente do Comitê de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro.