No primeiro semestre de 2009 a China se consolidou como o principal parceiro comercial do Brasil, em função do volume de importações e de investimentos, o que indica que as relações entre os dois países tendem a se estreitar cada vez mais, não apenas no campo comercial e econômico, mas também no campo político e cultural. Analisar esse novo cenário e os caminhos a serem seguidos foi o objetivo do Seminário Ambiente de Negócios na China, que o Instituto Confúcio na Unesp realizou nesta quarta-feira (19 de agosto), em São Paulo, em parceria com a Fecomércio e a Fiesp.
Para o conselheiro Cultural da Embaixada da China no Brasil, Shu Jianping, a distância cultural entre os dois países é o principal obstáculo na relação bilateral. “Para conquistar um mercado é preciso conhecer a realidade do país, como funciona a sua lógica e qual a mentalidade e os costumes de seu povo”, destacou. Nesse sentido, ele apontou a relevância do Instituto Confúcio na Unesp como instrumento para o avanço do conhecimento mútuo entre os dois países. “A missão do Instituto é justamente a promoção do ensino da língua chinesa e do estreitamento cultural entre Brasil e China”, completou o diretor executivo da entidade, Luiz Antonio Paulino.
Resultado do convênio entre a Universidade Estadual Paulista e o governo da República Popular da China, em parceria com a Universidade de Hubei, o Instituto Confúcio de São Paulo promove o intercâmbio cultural sino-brasileiro, além de fomentar o ensino do mandarim por meio de cursos da língua e eventos para difusão da cultura chinesa. Conta com professores nativos, selecionados e aprovados pela matriz na China e é a única instituição no Brasil com certificação de proficiência aceita pelas universidades chinesas.
O ambiente de negócios na China – Após a abertura, Zhang Qikun, vice-diretor e professor da Escola de Intercâmbio Cultural da Central University of Finance and Economics de Beijing, e Durval de Noronha Goyos Junior, advogado e árbitro do Brasil na Organização Mundial do Comércio, se juntaram a Shu Jianping e deram sequência ao seminário com o painel O ambiente cultural, político e legal na China. Foram discutidos assuntos como a evolução histórica da China, o papel do Partido Comunista, a hierarquia política e jurídica, as leis comerciais, o esforço do governo chinês para divulgar o mandarim em um país cercado por dialetos e a questão da política de filho único.
O Ambiente Econômico e de Negócios foi o tema do segundo painel, que contou com a participação de Andréa Martins, gerente executiva da Over China, Newton de Mello, diretor titular adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, e Admilson Monteiro, da Diretoria Internacional do Banco do Brasil. No final do seminário, Suzana Bandeira e Rafael Guanaes, sócios diretores da BG Corporativa Cultural, apresentaram exemplos reais de negócios e trocaram informações sobre a dificuldade de se adaptar ao mercado chinês e os grandes ganhos que podem ser obtidos com uma atuação mais adequada. A necessidade de adaptação de produtos, o perfil do consumidor e o tempo de relacionamento para se fechar um negócio foram outros aspectos discutidos.
A programação de eventos promovidos pelo Instituto Confúcio na Unesp está disponível no site:www.institutoconfucio.unesp.br