O PrevFumo (Núcleo de Apoio à Prevenção e Cessação do Tabagismo – Pneumologia/Unifesp) e a SPPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia) realizaram uma pesquisa no município de São Paulo sobre as opiniões da população paulistana com relação à lei antifumo. O estudo teve como objetivo avaliar as taxas de conhecimento, aprovação e apoio à referida lei. Com a lei estadual paulista nº 13.541 que entra em vigor no dia 7 de Agosto de 2009, São Paulo torna-se a primeira unidade da federação brasileira a proibir o tabagismo em ambientes fechados de uso coletivo.
Foram entrevistados 1007 moradores da capital, entre 13 e 31 de julho de 2009. Durante a entrevista foram levantados sexo, idade e estado tabagístico (nunca fumante, ex-fumante ou fumante) e feitas as seguintes perguntas: “Você sabe que a partir do dia 7 de Agosto será proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo, no estado de São Paulo?” (opções de resposta: sim ou não), “Qual a sua opinião sobre esta nova lei?” (opções de resposta: boa, ruim ou indiferente), “Você estaria disposto(a) a ajudar a fiscalizar o cumprimento desta nova lei, denunciando os infratores? (opções de resposta: sim ou não).
Apenas 50,8% conheciam a lei, sendo que mulheres sabiam mais que homens (56,4% versus 48,8%); não houve diferença entre as faixas etárias, porém, comparando entre os estados tabagísticos, observou-se que 67,6% dos nunca fumantes conheciam a lei, contra apenas 40,1% de ex-fumantes e 36,2% de fumantes.
Com relação à segunda pergunta, a lei foi considerada “boa” por 79,6% dos entrevistados, “ruim” por 0,7% e “indiferente” por 19,7%, sendo que o conceito “boa” foi mais comum entre mulheres (88,4% versus 76,4% observada entre homens), entre aqueles com 60 anos de idade ou mais (94,7% versus 78,1% nos demais) e entre nunca fumantes e ex-fumantes (92,9% versus 56,8% observado entre os fumantes).
Na terceira pergunta, 94,4% se demonstraram dispostos a fiscalizar o cumprimento da lei, sendo esta disposição menor entre os mais jovens (82,8% na faixa 0-19 anos versus 94,8% entre os demais) e entre os fumantes (87,0% versus 98,7% entre os demais).
Os autores da pesquisa, coordenados pelo pneumologista da UNIFESP, Sérgio Ricardo Santos, concluíram que o conhecimento sobre a lei antifumo ainda é pequeno entre os moradores da capital paulista, porém, encontra elevada aprovação e disposição em auxiliar na sua fiscalização. O grupo mais resistente à aprovação da lei foi o de fumantes. O apoio à fiscalização foi elevado em todos os grupos, porém os fumantes e os jovens são um pouco mais resistentes.