Técnicos ajudarão na manutenção das antenas que conectam aldeias e localidades isoladas à telefonia e internet
Para quem vive na cidade e ainda não necessitou de alguma forma de comunicação em locais isolados da Amazônia, uma antena VSAT (abreviatura para Very Small Aperture Terminal) não é nada mais do que um estranho aparato redondo voltado para o céu. Mas é graças às ligações telefônicas ou à internet propiciadas pela instalação dessas antenas que aldeias indígenas de Rondônia podem solicitar medicamentos e o Exército consegue viabilizar o asfaltamento da BR 319, por exemplo.
Devido ao papel de importância que representam, os terminais (constituídos pela antena, computador, impressora e telefone) cedidos pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), não podem falhar. Por isso, o Sipam está treinando essa semana, de 20 a 24 de julho, 15 técnicos da Funai e dos 5º e 7º Batalhões de Engenharia e Construção (BEC) do Exército. Em aulas teóricas e práticas, eles aprenderão a fazer a manutenção das VSATs sob sua responsabilidade, o que ajudará os técnicos do Centro Regional do Sipam em Porto Velho, hoje responsáveis por 102 equipamentos instalados em Rondônia e Mato Grosso.
Os alunos já utilizam os recursos da VSAT no dia-a-dia e conhecem bem a diferença que a existência da antena faz. “Usamos o telefone da VSAT para fazer contato com pelo menos 8 aldeias. Os índios sempre ligam por questões de saúde e até já foi útil para eles avisarem sobre aviões clandestinos circulando sobre a terra indígena”, conta Francisco Fernandes Cardoso, chefe de posto da Funai em Guajará-Mirim. Já no caso dos BECs, a antena móvel viabiliza o contato com o batalhão durante as constantes obras. “Para a engenharia a comunicação é essencial porque os engenheiros usam a internet para pesquisar e pedem material pelo telefone”, diz o sargento Cleiton Borges, envolvido com a obra na BR 319.
Obstrução do sinal do satélite, onde posicionar a antena, como programar o software são alguns dos temas abordados no curso, com a intenção de que a comunicação ofertada pelo Sipam na Amazônia seja cada vez mais eficaz.