Silvio Mafra, leitor do REDENOTÍCIA explica porquê Fator Previdenciário provoca indignação “O fim do Fator Previdenciário é ponto de honra para os Poderes Legislativo e Executivo. Nós que começamos a vida trabalhando somos punidos pelo presidente FHC (Fator Previdenciário) e continuamos sendo com Lula. Está história de Fator 95/85 maltrata os que começaram ainda cedo a contribuir com a Previdência. Porque eles não colocam uma regra de transição dando a oportunidade de fazer justiça com os que contribuíram com sofrimento (dificuldade com transporte, maltratos, horários excessivos, omissão dos direitos, perda do emprego repentinamente, etc., o que era peculiar na época da ditadura militar).”
Ainda segundo Sílvio “Vocês esqueceram isso? Nós lutamos pela democracia e pelos nossos direitos e hoje vemos um bando de legisladores e presidentes (FHC e Lula) o primeiro autor e o segundo continuando uma perversidade e imoralidade desta, admitindo o horror no momento em que o cidadão procura se aposentar com dignidade para continuar honrando seus compromissos e manter sua família.
Os homens que governam este País aprenderam, com estes rituais da ditadura onde o que vale é o corporativismo político, aproveitando-se dos benefícios do poder para executar e legislar em causa própria.
Não estamos pedindo favor. Vocês estão devendo ao povo brasileiro.
Estou indignado.”
Sílvio Mafra
Caso a Câmara dos Deputados aprove o Projeto de Lei nº 3.299/08 que extingue o fator previdenciário, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetá-lo. A informação foi divulgada pelo relator da matéria, deputado federal Pepe Vargas (PT-RS), durante audiência pública da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa do RS.
Pressão pelo fim do fator
As principais centrais sindicais e entidades representativas dos aposentados e pensionistas se manifestaram favoráveis ao PL 3.299/2008. Para o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, a extinção do fator previdenciário tem ligação direta com a qualidade de vida dos trabalhadores. “Será determinante para a classe trabalhadora. Por isso, continuaremos pressionando os governantes para que nenhum projeto que prejudique o trabalhador seja aprovado”, declarou. O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas dos RS, Iol Alves Medeiros, declarou que o momento é de todos se unirem para buscar uma proposta que atenda aos interesses dos trabalhadores. O presidente da UGT-RS –União Geral dos Trabalhadores, Paulo Barck, concordou que a hora é de unir forças. “Deixamos o trem passar em 1999, quando o fator foi criado, mas não vamos perder a oportunidade de mudar dessa vez”, conclamou.
Espera até agosto
Por fim, o senador Paim declarou que está disposto a negociar com o governo até o início do mês de agosto. Caso não haja um entendimento até lá, o petista disse que fará de tudo para aprovar seu projeto na Câmara. “Se não conseguirmos o consenso, vamos para o Plenário e que cada parlamentar vote conforme sua consciência”, sustentou Paim. O deputado estadual Nelson Härter (PMDB), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Aposentados e Pensionistas, elogiou a coerência do petista. “Precisamos de homens como o senhor: que mantenham a mesma postura na oposição e no governo”, discursou Härter.
Participaram da audiência o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT-RS), os deputados estaduais Adão Villaverde, Daniel Bordignon e Raul Pont do PT, e Gilmar Sossella (PDT);os deputados federais Fernando Marroni (PT-RS) e Vilson Covatti (PP-RS); o presidente da Força Sindical-RS, Paulo Souto; o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB-RS, Guiomar Vidor; o coordenador da Intersindical, Rodrigo Fonseca; e representantes da Fetraf-Sul – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul, da Fetag – Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS, da Ajufergs – Associação do Juízes Federais do RS, do Sindisaúde, do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, do Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador, da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, do Sindicato do Metalúrgicos de Canoas, do Sindicato dos Bancários de Horizontina e de Panambi, do Movimento da Mulheres Urbanas de Gravataí, do Aerus, do Semapi e do Fórum Virtual.