COBAP – Um verdadeiro jogo de xadrez. Assim está a complicada negociação do reajuste aos aposentados que ganham mais que o salário mínimo. O assunto envolve milhões de brasileiros, tornando-se necessária cautela e responsabilidade nas movimentações.
Na tarde desta quinta-feira, 6 de agosto, o presidente da COBAP, Warley Martins, representou todos os aposentados e pensionistas brasileiros em rodada de negociações com o Governo Federal. Neste encontro, realizado em Brasília, também participaram o ministro Luis Dulci, o secretário executivo da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, a senadora Ideli Salvatti (PT) e os deputados federais Henrique Fontana e Pepe Vargas.’
Sem demonstrar radicalismo, Warley foi firme e bateu na tecla do mesmo percentual de reajuste para todos, conforme prevê o projeto 01/2007.
Do outro lado do ringue, o Governo escondeu na manga o aumento que pretende aplicar em 2010, mas solicitou que três projetos de interesse dos aposentados sejam engavetados, como também o veto presidencial de 2006 ao reajuste de 16,67%. Os projetos citados são: fim do fator previdenciário, reajuste igualitário a todos e recomposição das perdas das aposentadorias.
Agindo com princípios e coerência, o presidente da COBAP se recusou a dar uma resposta imediata (mesmo tendo autonomia concedida pelas suas federações filiadas). De forma leal, Warley optou em consultar o senador Paulo Paim, que é o autor dos referidos projetos. De imediato, reuniu as lideranças do movimento e foi até o gabinete do senador gaúcho.
“Jamais passaria por cima ou trairia um companheiro de luta. Paim é meu amigo e merece respeito em razão dos seus 30 anos de luta política e sindical. Faço questão de ouvi-lo antes de tomar qualquer decisão”, explicou o líder da COBAP.
Durante duas horas de conversa, foi acordado que os senadores Paulo Paim e Mário Couto se unissem a COBAP para intermediar o processo de negociação. Unidos e falando a mesma língua, federações e senadores disseram aceitar a renegociação do PL 01/2007, o fim do fator previdenciário e a votação do veto presidencial. Quanto ao Fator Previdenciário, a COBAP deve acompanhar junto às centrais sindicais em sua futura aplicação. Os aposentados insistem na aplicação do mesmo reajuste para todos e não aceitam negociação no PL 4434/2008, que recompõe as perdas dos benefícios.
Na próxima quarta-feira, 12 de agosto, a COBAP (reforçada pelos senadores), desta vez juntamente com três centrais sindicais, volta a mesa de negociações com o Governo, com o firme propósito de dar um desfecho nesta novela.
Aposentados 06/08/2009 | Por Richard Casal