Junto com as comemorações das festas juninas, uma alerta é dada à população em relação ao uso dos fogos de artifício. Uma em cada dez pessoas que utilizam esse instrumento tem membros amputados, principalmente dedos. Além de queimaduras, quando explodem, os fogos podem ainda, causar mutilações, lesões nos olhos e até surdez.
A Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes e Traumas da Mão, realizada pela Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (ABCM), visa diminuir os índices de acidentes nesse período do ano, já que essas lesões atingem 20% dos casos de emergência dos hospitais no Brasil.
Segundo o cirurgião da mão Mário Vieira Guarnieri, da ABCM, as lesões causadas por fogos de artifícios são consideradas como o pior tipo de acidente que pode ser causado às mãos. As explosões ocorrem por um mecanismo de compressão, causam uma onda de choque muito grande no membro atingido. “Atinge o tecido, o comprime, causando queimaduras e amputações. Tudo isso em uma fração de segundo, que lesa toda a extensão da íntima dos vasos sanguíneos e atrapalha muito sua reconstrução”, explica ele.
Por isso, os fogos nunca devem ser soltos com as mãos. O ideal é que sejam colocados em um suporte, e acendidos, somente, após estarem fixados com segurança. A embalagem contém informações importantes sobre o manuseio do artefato, como manter uma distância segura do local, dispará-los apenas ao ar livre e não tentar acender novamente os que falharem.
Entres os mais atingidos pela brincadeira estão os homens e as crianças. Cerca de 40% dos atingidos estão entre a faixa de 4 a 14 anos de idade, que não possuem orientação suficiente sobre os riscos a que estão sujeitas, ou porque estão próximas ao local na hora da explosão.
A ABCM ressalta, ainda, que em casos de acidentes, um atendimento especializado e imediato é decisivo para a recuperação do paciente. Uma conduta adequada reduz significativamente os danos causados à mão, e ainda, acelera o processo pós-operatório.
O Congresso Nacional de Cirurgia da Mão, que acontece nesse mês de junho, reunirá os maiores especialistas da área, num evento médico que promoverá debates e cursos, além da apresentação de novos estudos e pesquisas sobre a especialidade.
Entre os cursos oferecidos aos médicos está de cobertura cutânea dos membros superiores, ou seja, novas técnicas de reconstrução em casos de perda do tecido nas pontas dos dedos, em queimaduras de origem química, térmica ou elétrica e em retalhos em malformações congênitas. Além de falar sobre os fatores de risco de complicações.
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