O frigorífico Marfrig respondeu ao relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, do Greenpeace, e anunciou hoje uma moratória sobre novos desmatamentos para a pecuária na Amazônia, nos mesmos moldes da moratória da soja. A empresa, quarta maior produtora de carne bovina e derivados do mundo, se comprometeu a não comprar mais gado de fazendas que desmatam no bioma Amazônia.
O governo do Mato Grosso apoiou a iniciativa da Marfrig e disponibilizou seu sistema de controle e monitoramento do desmatamento no estado para verificar se as fazendas estão cumprindo os compromissos assumidos pela moratória. O governador Blairo Maggi disse ao Greenpeace que deve incorporar critérios ambientais ao seu sistema de rastreabilidade de fornecimento de gado, como o cruzamento de informações contidas nos GTAs (Guia de Transporte Animal), nota fiscal eletrônica e dados do Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedade Rural (SLAPR).
“A iniciativa da Marfrig demonstra que é possível um compromisso da indústria frigorífica brasileira com o fim do desmatamento na Amazônia”, disse André Muggiati, do Greenpeace. “Estamos vendo nessa ação individual o caminho que todo o setor deveria trilhar: de aceitar o compromisso com o fim do desmatamento, de assumir a responsabilidade corporativa do setor, de ser transparente e de respeito ao Pacto Nacional contra o Trabalho Escravo”.
O Mato Grosso é o estado amazônico que possui o maior rebanho do Brasil e historicamente vem liderando a lista de campeão do desmatamento na Amazônia. “A iniciativa da Marfrig, apoiada pelo governo do estado, pode ter um efeito concreto e muito importante na luta contra as mudanças climáticas, já que a destruição florestal é a maior contribuição brasileira ao aquecimento global”, disse Furtado.
Desde o lançamento do relatório “Farra do Boi na Amazônia”, os supermercados Carrefour, Wal Mart e Pão de Açúcar anunciaram a intenção de não comprar mais carne vinda de novos desmatamentos na Amazônia. O IFC, braço do Banco Mundial que financia empresas, cancelou um empréstimo de US$ 90 milhões para o frigorífico Bertin. Onze frigoríficos, incluindo o Bertin, estão sendo processados pelo Ministério Público Federal no Pará, por sua contribuição ao desmatamento.
“O Marfrig saiu na frente e assumiu um compromisso com a floresta. Isso deverá posicionar a empresa com um diferencial competitivo no mercado internacional de carnes e derivados”, disse Muggiati.
Assessoria de imprensa do Greenpeace