Ele exige que governo federal regularize invasão em floresta nacional.
Se governo tentar retirar famílias, haverá ‘derramamento de sangue’, diz.
O governador de Rondônia, Ivo Cassol, disse nesta quarta-feira (6), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a usina de Jirau, no Rio Madeira, pode não sair do papel se o governo federal não aceitar fazer uma permuta de terras com o estado.
Cassol quer que o governo federal regularize a presença de 5.000 famílias na Floresta Nacional Bom Futuro e, em troca, receba uma área de preservação ambiental estadual às margens do Rio Madeira. Caso o governo não aceite, a construção da usina hidrelétrica de Jirau estará comprometida, disse.
“Nós estamos permutando. O estado passa para União essa área e em compensação o governo regulariza as famílias [na floresta nacional]. Por um lado vamos produzir energia para vocês aqui em Brasília, no Sudeste e no Sul, e nós resolvemos o problema social de Rondônia”, explicou.
Questionado sobre o futuro da usina caso o governo federal não aceite a proposta, o governador ameaçou: “Aí também não sai Jirau, porque aí o estado de Rondônia, a Assembléia Legislativa, os deputados, que nós dependemos deles para aprovar, são contra”.
Sangue
Segundo Cassol, se o Ministério do Meio Ambiente tentar retirar os invasores da Floresta Nacional Bom Futuro haverá “o maior derramamento de sangue já visto na face da Terra”. “Nós não queremos inviabilizar a obra, queremos que ela aconteça. Mas queremos resolver o problema social e evitar o derramamento de sangue.”
Jeferson Ribeiro Do G1, em Brasília