Vinte genes envolvidos no controle dos níveis de colesterol foram identificados por um grupo de cientistas do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e da Universidade de Heidelberg (Alemanha). A descoberta representa um importante passo na busca pelo entendimento dos mecanismos por meio dos quais o balanço do colesterol é mantido.
O estudo foi publicado nesta terça-feira (7/7) na revista Cell Metabolism. “Os resultados podem abrir novas vias para o desenvolvimento de terapias. Podemos buscar, por exemplo, pequenas moléculas que possam ter algum impacto nesses genes”, disse o alemão Heiko Runz, um dos autores do trabalho.
Níveis elevados de colesterol na corrente sanguínea representam um grande fator de risco para problemas como aterosclerose e doença arterial coronariana. Por outro lado, o colesterol é um importante componente celular: 90% desse tipo de lipídio está dentro das células humanas, sem causar qualquer dano.
Os níveis de colesterol no sangue são parcialmente regulados por células que capturam o lipídio na corrente sanguínea, processo que Runz e colegas tentam decifrar.
Os pesquisadores removeram todo o colesterol de células isoladas e, em seguida, vasculharam o genoma humano em busca de genes que reagissem a mudanças nos níveis de colesterol a partir da alteração na sua expressão.
A abordagem de grande escala levou à identificação de centenas de genes que poderiam estar envolvidos na regulação. Para verificar quais realmente faziam parte do processo, o grupo usou a técnica de interferência de RNA de modo a sistematicamente “desligar” um a um os candidatos.
Com auxílio de microscopia eletrônica, os pesquisadores observaram quais eram os efeitos provocados pelo desligamento de cada gene, tanto na absorção de colesterol como no nível total do lipídio dentro das células.
O resultado foi a identificação de 20 genes envolvidos nos dois processos, 12 dos quais eram desconhecidos. Os cientistas europeus agora tentam descobrir exatamente como esses genes regulam os níveis de colesterol dentro das células.
Também estão examinando pacientes com o objetivo de determinar se os genes (ou alterações neles) constituem fatores de risco e se poderão ser usados como alvo para o desenvolvimento de medicamentos.
O artigo de Heiko Runz e outros pode ser lido por assinantes da Cell Metabolism em: www.cell.com/cell-metabolism.
Agência FAPESP