Ao tomar conhecimento dos comentários do prefeito de Porto Velho sobre a situação da segurança na capital, quando comentou em alguns veículos de comunicação os casos de incêndio aos ônibus do transporte coletivo, o governador Ivo Cassol foi enfático ao cobrar do prefeito da capital que faça a sua parte e trabalhe para resolver os problemas da população que acabam refletindo na administração estadual: saúde básica, buracos nas ruas, trânsito caótico e transporte coletivo em péssimas condições para a população.
Segundo Cassol, o Governo do Estado investiu na formação e contratação de novos policiais militares e civis, aumentou o contingente em cerca de 57%, além de adquirir novas viaturas e equipamentos nos últimos anos. “Mas com as péssimas condições das ruas da capital as nossas viaturas se acabam bem antes do previsto. Na periferia da capital está pior ainda, só tem buracos e o povo vive na escuridão. As ruas de Porto Velho mostram a competência da administração do município”, disse.
Criação da Guarda Municipal
“Já que o prefeito anda falando mal da segurança, este seria o momento ideal para ele criar a guarda municipal de Porto Velho. Com os milhões recebidos das usinas a prefeitura poderia ter o serviço, como acontece em várias cidades do país”, afirmou Cassol, completando: “a guarda municipal poderia ajudar a ordenar o trânsito, que está caótico, e ao mesmo tempo dar mais segurança à população. Isso nos permitiria melhorar o policiamento ostensivo da capital e também do interior, já que teríamos mais policiais disponíveis, é só uma questão de visão administrativa”, declarou.
Segundo dados da Sesdec, alguns crimes tiveram seus índices significativamente reduzidos em 2008 em relação a anos anteriores, mesmo com o aumento da população no período, a exemplo dos homicídios e latrocínios, que chegaram a cair 50% em média, contrariando as afirmações do prefeito de Porto Velho, que não deve ter sido informado dos números.
Em relação aos crimes envolvendo a queima de ônibus coletivos, o governador lamentou pelos feridos e prejuízos causados, mas foi claro em afirmar que é contra a desordem, e que a Polícia Civil está investigando os casos que lamentavelmente aconteceram na semana passada.
Ao mesmo tempo questiona o desinteresse da prefeitura em apoiar o serviço de moto taxi na capital, mesmo dependendo de legislação federal. “Será que existe algum interesse das empresas de ônibus e da prefeitura por trás da falta de apoio aos moto taxistas? E a queima dos ônibus, não é muito estranho que aconteçam justamente agora?”, questionou o governador, dizendo que “tem espaço para todo mundo: ônibus, taxis e moto taxis, e a população tem direito de escolher”.
Cassol também foi claro ao citar o caso da saúde: “Porto Velho é a única capital que não tem um pronto socorro municipal, por isso os pacientes tem que correr para o João Paulo II ou o Hospital de Base, que vivem superlotados. Por que o prefeito não pega o dinheiro das compensações das usinas, mais de R$ 100 milhões, e constrói um hospital municipal, ao invés de querer matar pernilongo? Com essa fortuna ainda sobra dinheiro para construir outro hospital em Jaci-Paraná, onde Jirau está sendo construída e vão precisar de atendimento por lá. É muita incompetência, e ainda fica culpando o Governo do Estado pelo caos na saúde e na segurança. Chega de blá-blá-blá e vai trabalhar, prefeito!”, finalizou.