As mudanças têm como objetivo principal garantir atendimento ágil a pacientes com quadro grave nos hospitais de referência e evitar óbitos. Com o crescimento do número de casos no Brasil, nas últimas semanas, alguns Estados já observam dificuldade de atendimento nesses hospitais devido à alta procura de pessoas com sintomas leves e, muitas vezes, com infecção por outros vírus.
Esses casos, que não apresentem complicações, devem buscar um médico de confiança ou um posto de saúde, onde serão orientados, conforme já ocorre com aqueles que têm gripe comum. Os cerca de 68 hospitais de referência que a rede pública possui em todos os Estados do país estão preparados para atender e tratar casos graves.
Novas recomendações:
– Ao sentir sintomas de gripe, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo, como já ocorre com o Influenza sazonal.
– Se os sintomas forem leves, o médico fará as recomendações necessárias para isolamento domiciliar, período de afastamento de trabalho e vai prescrever o tratamento dos sintomas. Nesses casos, não será necessário confirmação por exame laboratorial.
– Se o quadro clínico inspirar cuidados ou for grave, indicando necessidade de internação, o paciente será encaminhado para um dos 68 hospitais de referência.
– A confirmação por exame laboratorial se dará apenas em pessoas vulneráveis, casos graves ou em amostras (no caso de surtos localizados).
– Para promover o uso racional do antiviral e evitar possível resistência ao medicamento, ele será administrado somente aos pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas desde o início dos sintomas ou às pessoas que têm maior risco de apresentar quadro clínico grave, de acordo com avaliação médica. Alguns países, como a Dinamarca, Japão e Hong Kong já demonstraram resistência aos medicamentos. Isso é mais uma prova de que o uso desnecessário e a automedicação podem gerar resistência ao vírus.
– Todas as estratégias de vigilância realizadas nas fronteiras continuam e se mantém nos portos, estradas e aeroportos.
Com o inverno no Hemisfério Sul, que prossegue até setembro, continuam as baixas temperaturas que favorecem a circulação dos diversos tipos de vírus Influenza, incluindo o H1N1. Ou seja, é esperado um aumento do número de casos da nova gripe, como já ocorre com a gripe comum.
“Uma coisa é uma avaliação teórica por meio da qual uma doença se dissemina. Outra é a avaliação prática de como o vírus age. O Ministério tem avaliado permanentemente esses cenários e trabalhado com todas as possibilidades de mudanças. Estamos nos antecipando constantemente”, analisou Temporão.