A gripe suína ameaça se alastrar pelo mundo, num devastador efeito dominó, e já deixa em alerta autoridades sanitárias de vários países, além da Organização Mundial de Saúde (OMS). Até aqui, são vinte mortes anunciadas no México – número que pode saltar a 81 depois de confirmada a causa de 61 outros óbitos – e mais vinte casos de infecção nos Estados Unidos. E o sério risco de uma nova pandemia mundial. Entenda o que é a febre de origem suína e como surgiu.
1. O que é a gripe suína?
Uma doença respiratória que começa em criadores de porcos, um vírus gripal do tipo A que pode se propagar rapidamente. A transmissão começa, em geral, por meio de pessoas que estejam em contato com esses animais. A epidemia teve início no México e já atinge os Estados Unidos. Neste domingo, a prefeitura de Nova York anunciou que a cidade possui oito casos brandos da doença. Ao menos outros 12 casos teriam sido registrados no país.
2. Quais os sintomas?
Os sintomas da gripe suína são similares ao da gripe comum, porém mais agudos. Segundo o Ministério da Saúde, é comum o paciente apresentar febre acima de 39 graus, acompanhada de problemas como tosse e dores de cabeça, nos músculos e nas articulações.
3. Qual é o agente causador da doença?
O vírus influenza. Assim como no ser humano, os vírus da gripe sofrem mutação contínua no porco, um animal que possui, nas vias respiratórias, receptores sensíveis aos vírus da influenza suínos, humanos e aviários. Os porcos tornam-se, então, como que tubos de ensaio, que combinam e favorecem o aparecimento de novos tipos de vírus. Esses vírus híbridos podem provocar o aparecimento de um novo tipo de gripe, tão agressivo como o da gripe aviária e tão transmissível como o da gripe humana. Ainda desconhecido do sistema imunológico humano, esse vírus poderia desencadear uma pandemia de gripe.
4. Quais são as formas de contágio?
A gripe de origem suína não é contraída pela ingestão de carne de porco, mas por via aérea, de pessoa para pessoa, como recordou neste sábado em Paris o Ministério da Agricultura. Isso porque, de acordo com os Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a temperatura de cozimento (71º Celsius) destrói os vírus e as bactérias presentes na carne de gado suíno. Preocupados com a transmissão pelo ar, alguns mexicanos estão usando máscaras cirúrgicas e evitando o contato muito próximo com outras pessoas.
5. A doença gripe suína tem cura?
Drogas antivirais podem ser usadas no tratamento e na prevenção do mal. Sua atuação consiste em impedir que o vírus da gripe suína se reproduza dentro do corpo humano. A eficácia do tratamento será maior se ele for iniciado até dois dias após os primeiros sintomas.
6. Existe vacina contra o mal?
Só para porcos. Não para o ser humano. Segundo as autoridades mexicanas, que citam a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina existente para humanos é para um tipo anterior do vírus, contra o qual não é tão eficaz. Mas “a produção de vacina pode tornar-se possível na medida em que o vírus tenha sido identificado”. O Tamiflu, o medicamento que contéme oseltamivir, utilizado contra a gripe aviária, é eficaz, diz a OMS. A vacina contra a gripe estacionária humana não protege contra a gripe suína.
7. Quais são os países afetados até o momento?
México, Estados Unidos e Canadá são os únicos países em que se confirmaram casos até agora. As autoridades de Peru, Chile, El Salvador, Honduras, Colômbia, Nicarágua, Hong Kong, Japão, Argentina, Brasil e Costa Rica ativaram planos de vigilância sanitária. Aeroportos de Hong Kong, Malásia, Coreia do Sul, Japão e Brasil criaram postos de controle para evitar a entrada da gripe suína. Depois da aterrissagem, os viajantes passam por uma verificação de sintomas. Na Argentina, o foco são os viajantes vindos do México. No Canadá, a ministra da Saúde, Leona Aglukkaq, pediu à população para manter-se alerta.
8. O que a OMS diz a respeito?
A OMS está em estado de alerta, “porque há casos humanos associados a um vírus de gripe animal, mas também pela extensão geográfica dos diferentes focos, assim como pela idade não habitual dos grupos afetados”, segundo a entidade afirma em comunicado oficial. Nesta terça-feira, especialistas internacionais vão se reunir para decidir se aconselham a OMS a elevar o atual nível de alerta de pandemia. Agora, o nível de alerta pandêmico está no patamar de número 3, numa escala que vai de 1 (baixo risco de casos humanos) a 6 (transmissão sustentável e eficiente entre humanos).
9. A internet oferece fontes seguras de informação sobre o assunto?
Sim. Os sites da OMS (em inglês, com opções de espanhol e francês), da Organização Panamericana de Saúde (Opas, em inglês e espanhol) e dos Centros de Controle de Enfermidades dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês, idioma do site).
Fonte veja.abril.com.br