A gangrena é a principal causa de amputação dos membros inferiores da população idosa, com idade acima de 60 anos. São quatro mil novos casos de amputação registrados por ano, só no Estado de São Paulo.
O Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, adota a angioplastia para o tratamento da doença, provocada pela falta de circulação sanguínea nas artérias.
Em 70% dos casos, a técnica tem evitado a amputação dos membros e garantido uma melhor qualidade de vida dos pacientes. A angioplastia é feita através de cateteres, por uma punção na virilha.
De forma parecida com a que é usada para as coronárias, as artérias das pernas são dilatadas com o uso de balões e de stents, explica Pedro Puech, professor de Cirurgia Vascular do HC e responsável pela adoção da técnica no Brasil.
O stent é uma malha de aço fina em forma de tubo que, ao ser introduzido na artéria , libera a passagem e normaliza o fluxo sanguíneo.
Menos invasiva, a cirurgia reduz o tempo de internação e permite uma rápida recuperação do paciente, por apresentar baixo índice de complicações. O paciente pode receber alta no mesmo dia ou no dia seguinte.
No caso da cirurgia não surtir o efeito esperado, o paciente conta com mais um recurso: a cirurgia clássica, onde são utilizadas pontes de safena, alternativa agressiva, com maior risco e cuja operação é mais longa.
Segundo o cirurgião Pedro Puech, o sucesso da técnica permite uma melhor otimização dos leitos e a realização de um número maior de cirurgias, em benefício de outros pacientes.
Em 2008, o Serviço de Cirurgia Vascular do HC realizou 218 procedimentos, sendo 116 com o método da angioplastia.
Instituto Central do HC