O Hospital Federal de Ipanema (HFI) participa com cinco trabalhos científicos no Congresso Mundial de Endourologia, em Munique (Alemanha). O HFI é o hospital brasileiro com o maior número de pesquisas (veja abaixo) incluídas neste evento internacional, que começa no dia 6 de outubro. Os estudos serão apresentados pelos urologistas Lessandro Curcio Gonçalves, Sérgio Gancz e Bruno Lopes Cançado.
Referência em urologia, o Hospital de Ipanema leva a experiência acumulada nos últimos 22 anos em cinco tipos de cirurgias que já beneficiaram aproximadamente 2.200 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os temas focalizam a litotripsia percutânea (fragmentação e remoção de cálculos renais) e quatro modalidades de videolaparoscopia (com uso de câmeras de vídeo). Até o encerramento do Congresso, na sexta-feira (9/10), tais trabalhos serão compartilhados por especialistas de todo o mundo.
Os trabalhos relatam casos cirúrgicos de maior relevância científica e também registram a evolução técnica da Urologia do Hospital Federal de Ipanema, que é um serviço de referência, tanto na assistência aos pacientes como na formação de médicos. Esta será a segunda participação do Hospital de Ipanema no Congresso Mundial de Endourologia. A anterior foi em Cancun, no México, em 2007.
TEMAS DOS TRABALHOS APRESENTADOS DO HOSPITAL DE IPANEMA
Litropsia percutânea – um balanço da prática de fragmentação e remoção de cálculos renais com o auxílio de ultrassom, feita pelo Hospital de Ipanema;
Câncer de próstata – a evolução do tratamento cirúrgico da doença por videolaparoscopia, realizado de 2002 a 2009, em cerca de 50 pacientes, com a respectiva curva de aprendizado (o tempo necessário para os médicos adquirirem segurança para lidar com qualquer caso);
Cirurgias renais – relatos de cerca de 40 casos complexos de operações por videolaparoscopia;
Prolapso pélvico – as experiências com a videolaparoscopia no tratamento cirúrgico da “bexiga arriada”;
Ureter retrocava – a cirurgia para correção de rara anomalia da drenagem urinária, por videolaparoscopia.
Além da inserção dos trabalhos em publicações científicas, já em andamento, e da visibilidade internacional proporcionada por um congresso na Europa, o resultado no Congresso fortalece o reconhecimento do hospital em nível nacional. “Essa participação, em Munique, mostra com bastante clareza a característica de dupla referência da Urologia da unidade. Nossos pacientes têm acesso a uma medicina eficiente, com modernos recursos tecnológicos, e os urologistas formados no Hospital de Ipanema têm todas as condições de trabalhar em qualquer hospital do mundo”, avalia o diretor do HFI, Geraldo Di Biase.
SAÚDE DO HOMEM – Em agosto, a Urologia do Hospital de Ipanema inaugurou um novo setor em seu ambulatório: o Centro de Atenção Integral à Saúde do Homem, o primeiro serviço do gênero a oferecer tratamento cirúrgico, incluindo operações de alta complexidade. Este serviço também consiste num projeto piloto, com orientações técnicas da Sociedade Brasileira de Urologia, a ser integrado e estendido a outras unidades federais.
Essa iniciativa atende à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, lançada também em agosto pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A nova política é dedicada a quatro pontos estratégicos na promoção da saúde masculina: vasectomia no planejamento familiar, disfunções sexuais, hiperplasia (dilatação) prostática benigna (HPB) e câncer de próstata e pênis.
REDE FEDERAL – O Hospital Federal de Ipanema integra a Rede Hospitalar Federal, que no Rio de Janeiro conta com seis unidades: além do próprio HFI, fazem parte os hospitais de Bonsucesso, Andaraí, Cardoso Fontes (em Jacarepaguá), da Lagoa e dos Servidores do Estado (no bairro da Saúde). A rede faz parte do SUS, sendo responsável pela maioria das intervenções de média e alta complexidade, como transplantes, atendimento a queimados e procedimentos cirúrgicos.
As seis unidades da Rede passam por melhorias dentro do Projeto de Reestruturação e Qualificação da Gestão dos Hospitais Federais do Ministério da Saúde, lançado em junho pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Além de um investimento direto de R$ 400 milhões – utilizados nos próximos dois anos para a contratação e capacitação de profissionais, qualificação da infra-estrutura, aquisição de equipamentos médicos e reforma de protocolos de gestão -, hospitais privados de renome nacional investirão de forma indireta cerca de R$ 43 milhões em melhorias administrativas para essas instituições.
Dentro do convênio com hospitais privados, ocorreu em setembro a primeira etapa de curso de gestão com técnicos do Sírio Libanês, em São Paulo, recebendo 60 profissionais de direção e setores administrativos do Departamento de Gestão Hospitalar do MS e dos hospitais federais, iniciando um intercâmbio de experiências.