Em março de 2009, a inadimplência das empresas cresceu 24% na comparação com fevereiro último. É o que revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Jurídica.
O levantamento também apontou alta nas variações anual e acumulada. Na relação de março de 2009 frente a março de 2008, o aumento na inadimplência das empresas foi de 50,7%. Já na comparação entre o primeiro trimestre de 2009 e o mesmo período de 2008 a elevação foi de 33,1%.
No primeiro trimestre de 2009, o ranking da inadimplência das pessoas jurídicas foi liderado pelos títulos protestados, que tiveram 41,6% de representatividade no indicador. Nos três primeiros meses de 2008, esta participação foi de 42,4%.
A seguir estão os cheques sem fundos, que de janeiro a março de 2009 representaram 39,3% da inadimplência das empresas. No primeiro trimestre de 2008, tal participação foi de 38,4%.
Fecham o ranking as dívidas com os bancos, que nos três primeiros meses deste ano tiveram uma participação de 19,1% no indicador, abaixo dos 19,2% verificados no mesmo período de 2008.
Valor médio das dívidas
No período de janeiro a março de 2009, o valor médio das dívidas com os bancos foi de R$ 4.558,11, com alta de 3,3% ante o primeiro trimestre do ano anterior.
Já os títulos protestados, registraram nos três primeiros meses de 2009 um valor médio de R$ 1.803,09, o que representou um crescimento de 24% na relação com o mesmo acumulado de 2008.
Por fim, o valor médio dos cheques sem fundos, de janeiro a março de 2009, foi de R$ 1.441,10, com 14,8% de crescimento, frente aos três primeiros meses do ano anterior.
Análise
Os técnicos da Serasa Experian avaliam que a inadimplência nos negócios apresentou crescimento devido a menor atividade econômica, sobretudo na indústria; à dificuldade das empresas em se financiar no exterior; à situação das exportadoras, que sofrem com a recessão (falta de demanda) nos países desenvolvidos; à desvalorização do real, posto que as empresas endividadas em moeda estrangeira passaram a dever mais e ao aumento da inadimplência do consumidor, que tem efeito direto na tesouraria das empresas.
Além disso, as pessoas jurídicas também estavam mais endividadas no longo prazo, antes da chegada da crise no Brasil (último trimestre 2008), para realizar investimentos frente ao crescimento do mercado doméstico.
Na comparação março com fevereiro de 2009, o aumento é explicado também pelo efeito calendário, pois o segundo mês do ano tem 17 dias úteis, enquanto março tem 22.