O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como referência para reajustes de contratos de aluguel e de tarifas de energia, teve queda de 0,53% na primeira prévia de abril. A retração foi mais intensa do que a verificada no mesmo período de março, quando o índice havia ficado em -0,45%.
Os dados, divulgados hoje (8) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam que o movimento foi puxado principalmente pelo comportamento dos preços no atacado, que apresentaram queda de 0,94% neste levantamento, depois de registrarem retração de 0,71% na primeira leitura do mês anterior. O Índice de Preços por Atacado (IPA) responde por 60% do IGP-M.
O índice relativo a bens finais passou de 0,04% para – 0,17%, com destaque para os de consumo duráveis (de -0,13% para -0,98%). O índice de bens intermediários teve queda ainda maior, passando de – 0,60% para – 1,87%, influenciado pelos materiais e componentes para a manufatura (de -0,88% para -1,98%). O índice referente a matérias-primas brutas teve queda de 0,43%, ante -1,90%. As principais contribuições partiram de soja em grão (de -7,83% para 1,92%), leite in natura (de -0,75% para 3,44%) e café em grão (de -3,03% para 1,80%). Já os preços dos itens minério de ferro (de 2,17% para -4,11%), arroz em casca (de -3,24% para -8,29%) e algodão em caroço (de 2,16% para -4,26%) recuaram.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do IGP-M, teve alta na primeira prévia de abril, passando de 0,03% para 0,42%. Os destaques foram os grupos alimentação (de -0,51% para 0,68%), especialmente frutas (de -1,30% para 4,03%), hortaliças e legumes (de -0,75% para 1,99%), carnes bovinas (de -3,54% para -1,39%), laticínios (de 0,04% para 0,85%); e vestuário (de -0,79% para 0,31%), principalmente roupas (de -0,72% para 0,85%).
Também houve aceleração nos preços de habitação (de 0,29% para 0,39%), despesas diversas (de 0,01% para 0,58%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,58% para 0,71%).
Por outro lado, os preços relativos aos transportes (de 0,45% para -0,05%) e educação, leitura e recreação (de 0,08% para 0,00%) desaceleraram, com destaque para álcool combustível (de 1,86% para -1,95%) e passagem aérea (de -5,22% para -7,27%).
O levantamento aponta ainda que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve queda de 0,08%, depois de registrar alta de 0,16% na primeira prévia de março. Houve recuo nos preços de materiais, equipamentos e serviços (de 0,20% para -0,22%). Já o índice de custo da mão-de-obra passou de 0,11% para 0,09%.
Para calcular a primeira prévia do IGP-M de abril, a FGV pesquisou preços entre os dias 21 e 31 de março.
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil