A mensagem é de paz e o convite é para gritar contra a violência. Com esse propósito, jovens da região de Maringá estão se preparando para celebrar neste domingo (25) o Dia Nacional da Juventude (DNJ). O evento é organizado há 25 anos pela Igreja Católica e deve reunir cinco mil pessoas na cidade.
Com o tema “Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida”, o DNJ quer ajudar a sociedade a refletir sobre temas polêmicos como o crescimento da violência contra os jovens e a proposta de redução da maioridade penal.
A programação terá início às 15 horas na praça da igreja São José Operário, na vila Operária, com apresentações culturais e missa presidida pelo arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti.
Durante a celebração dom Anuar vai lançar e distribuir uma carta redigida especialmente aos jovens. A iniciativa faz parte dos projetos aprovados na assembléia arquidiocesana, realizada em 2008, que elegeu a juventude como uma das prioridades da Igreja.
Na seqüência, uma caminhada pela paz, animada por trio elétrico, vai seguir até a praça prefeitura para o show de encerramento com o cantor Wilson Rocha e a Banda Tropa de Elite. Antes, na praça Raposo Tavares, vai acontecer um momento de denúncia e reflexão sobre a criminalização da juventude.
Realidade do jovem
Segundo o Observatório de Segurança Pública da UNESP, “os jovens representam o grupo social mais vulnerável tanto em termos de dificuldades de acesso ao emprego e à cidadania, quanto em termos de vitimização à violência”.
De acordo com projeção feita pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), até 2012, 33,4 mil jovens brasileiros deverão morrer assassinados nas 267 cidades com mais de 100 mil habitantes do país.
Um outro estudo, o Mapa da Violência 2008, revela que em todo Brasil o número de homicídios de jovens aumentou cerca de 31,3% em dez anos (1996 – 2006). Em 2006 17.312 jovens foram assassinados, 1.146 no Paraná.
Cresce também algumas tentativas de criminalizar a juventude, como a que pretende reduzir a maioridade penal, implantar o toque de recolher, a acusação de que o jovem seria agente da violência, entre outras.
As estatísticas apenas comprovam o que a Pastoral da Juventude e outras entidades em todo país denunciam como conseqüências do abandono, da falta políticas públicas para oferecer qualidade de vida aos jovens.
Diante desta realidade, a Pastoral da Juventude e os movimentos eclesiais e sociais querem ser voz das multidões silenciadas ao pautar temáticas na defesa da vida e dos direitos juvenis, confrontando com o modo pelo qual a juventude é considerada pelo estado brasileiro, pela sociedade, pelas famílias, pela Igreja.
25 anos de história
O Dia Nacional da Juventude surgiu em 1985, quando a Organização das Nações Unidas decretou o Ano Internacional da Juventude. Desde então, como gesto concreto, a Pastoral da Juventude organiza, anualmente no último domingo de outubro, um dia de festa da juventude, sempre com um tema importante a ser debatido e trabalhado nos grupos de jovens.
Marcha mundial
O DNJ também aderiu ao movimento “Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência” que tem como objetivo criar consciência da urgência da paz e da não-violência. A Marcha Mundial teve início na Nova Zelândia, no dia 2 de outubro de 2009, aniversário do nascimento de Gandhi e declarado pelas Nações Unidas como “Dia Internacional da Não-Violência”, e terminará na Cordilheira dos Andes, em Punta de Vacas, aos pés do Monte Aconcágua em 2 de janeiro de 2010.
Durante esses 90 dias, passará por mais de 90 países, nos cinco continentes, e cobrirá uma distância de 160.000 km por terra. Durante todo esse tempo, em centenas de cidades serão realizadas marchas, festivais, fóruns, conferências e outros eventos, como o Dia Nacional da Juventude.
Serviço
Dia Nacional da Juventude: Domingo, dia 25 de outubro
15h – Concentração na Praça da igreja São José Operário, Vila Operária
16h – Santa Missa, presidida por dom Anuar Battisti
17h30 – Caminhada pela Paz animada por trio elétrico
19h30 – Show de encerramento com Wilson Rocha e a Banda Tropa de Elite, no Centro de Convivência Comunitária (Praça da Prefeitura)