Igarapé-Miri, nordeste do Pará, já carrega o título de capital mundial do açaí. Agora está prestes a ser o primeiro a produzir em escala comercial mel de néctar de açaí orgânico. Essa é a especialidade da Associação dos Apicultores de Igarapé-Miri (Apimi). A associação começou a produção há cerca de seis anos quando os produtores resolveram fazer uma experiência para produzir mel a partir das flores do açaizeiro. A experiência deu certo e agora a entidade busca a comprovação científica de que 90% do néctar é colhido pelas abelhas do açaizeiro. Este estudo garante a certificação da produção agregando valor ao produto. O mel produzido do pólen tem a vantagem de ter todos os 22 aminoácidos existentes na natureza e essenciais para a saúde humana.
A atividade a partir do açaí é rentável, principalmente porque o açaizeiro garante renda o ano inteiro para as famílias. “De março a agosto estamos colhendo o mel, e de julho pra frente começa a safra do açaí”, informou Sebastião do Carmo, presidente da Apimi.
Crescimento – O Pará é o maior produtor de mel dos estados amazônicos. Em 2008, a produção chegou a 1 milhão e 100 mil toneladas. “Crescemos cerca de 30% nos últimos dois anos”, garantiu Gerson de Morais, presidente da Federação Apícola do Pará (Fapic).
Para incentivar a produção no estado, a Secretaria de Agricultura do Pará investiu R$ 1 milhão por meio de iniciativas de fomento à produção e capacitação técnica. E entre 3 a 6 de dezembro realiza no município de Soure, no Arquipélago do Marajó, o 8º Congresso Estadual de Apicultura e Meliponicultura do Pará (Apipará), maior fórum de debates sobre cadeia produtiva de mel na Amazônia que terá como tema central “Capacitação e Desenvolvimento na Amazônia”.
O Congresso irá discutir a produção a partir do pólen. Capanema, também no nordeste paraense, é o primeiro município paraense a desenvolver esta atividade devido à presença de grande quantidade de coqueirais que favorecem a produção.